quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Crônicas sobre o primeiro álbum- (Post review)




Em 2009 eu havia postado essa matéria acerca do primeiro álbum, resolvi resgatá-la.

Bom, hoje eu gostaria de abordar os primórdios do Dire Straits, a realização do primeiro álbum.

Isso pede um pouco de>> Arqueologia Knopfleriana: ^^

O primeiro álbum do Dire Straits foi uma realização incrível, inclusive hoje em dia, a música soa fresca e inspirada. Naquele tempo foi uma revelação, relaxante e estimulante, quando tudo ao redor tentava chamar atenção com riffs repetitivos, o Punk em evidencia. Mas era o calor e o sentimento, sem complicações, o melhor da música americana do momento, eclético em suas influencias, esse era o contraste trazido pelo Dire Straits em plena era Punk na Inglaterra. Vinha do Rock and Roll, Country e o Blues, liricamente e vocalmente muito britânico e pela primeira vez em anos, havia aparecido um guitarrista que tinha algo novo a mostrar.

Outra coisa marcante, é o fato que este primeiro trabalho da banda é um álbum de canções melódicas e fortes, o quarteto estava ali para servi-las. Não é difícil de perceber que o álbum está feito de forma cronológica, uma seqüência de eventos na vida de Mark.

A canção de abertura “Down to the Waterline” volta às memórias de Mark passeando pelo rio Tyne. No livro de Michael Oldfield, lançado em 1984, em um dos capítulos, David recorda da atmosfera de “Down to the Waterline”:  quando Mark tinha 14 ou 15 anos, ele contava a David sobre como voltava cada noite de trem e via o rio e suas luzes. Recordando de uma noite que parecia perdesse com todas essas luzes e fez uma pintura do rio Tyne, a qual, David cita que os seus pais ainda a tinha na parede de casa. A imagem de Down to the Waterline vem de "caminhar" junto ao rio Tyne de noite com sua garota.


A adolescência de Mark em Newcastle foi algo que mais tarde se converteriam em canções, especialmente no primeiro o álbum.

As quatros canções seguintes, referi-se a infelizes histórias de amor, o mais provável é que veio da ruptura de seu matrimonio.

Deste modo, na suave “Water of Love” canta: Uma vez tive uma mulher que podia chamar de minha/uma vez tive uma mulher, mas agora ela se foi. Em seguida, com “Setting me Up” Tudo o que querias era um pouco de ação/Agora falas de outro homem. Na obsessiva “Six Blade Knife” Todo mundo tem uma faca que pode chamar de sua/uma agulha, uma mulher ou algo que você não pode ver. Em “Southbound again” começa: Aquela mulher com seu amante/ ele não quer ver sua cara outra vez, mas termina com um trecho otimista: Estou cansado de viver / mas eu vou continuar tentando.
Adiante, nos leva as histórias em Londres com “Sultans of Swing” a canção mais memorável do álbum, segue com “In the Gallery” inspirada em uma visita que John e Mark fizeram em uma galeria de arte moderna que pertencia a um amigo de Mark em Shaftesbury Avenue. John cita: (Estávamos dando voltas pela galeria e não podíamos acreditar na merda que estávamos vendo. Era ridículo; não havia outra palavra para aquilo, pois no que diz respeito ao que estávamos vendo, não havia nada que se considerasse uma arte.
No caminho de volta, Mark ia sentado na parte traseira do carro e estava escrevendo. Não disse nada e voltamos para Deptford completamente em silêncio. Sai do carro e lhe perguntei se vinha e me disse: “tenho que terminar algo.” Veio uma hora mais tarde e havia escrito a canção.
A principio não tinha a melodia para a canção, no entanto, quando estávamos tocando em algum lugar, tínhamos uma melodia a qual achamos interessante. “Estávamos “sentados um dia quando Mark disse:” Hey, essas duas andam juntas.”. Coisas assim acontecem ocasionalmente, era divertido.)

Duas canções ricas em imagens tiradas dos passeios de Mark pela capital: "Wild West End" uma das preferidas dos primeiros dias do Dire Straits e Lions, escrita no momento em que estavam gravando o álbum.

Mas as canções são mais do que uma perspectiva pessoal de Mark, sua vida e seus sentimentos: Existe uma mensagem universal. "Sultans" por exemplo é um retrato de uma especifica banda jazz, amadora, mostra a alegria de todos os músicos para criar e comunicar. Foi uma grande estréia e consequentemente tornou-se um clássico do Rock.Com o álbum pronto, uma pequena festa para celebrar o que eles tinham acabado de gravar com os membros da banda e a companhia de disco em um pequeno restaurante na Portobello Road.

Algumas curiosidades:

Interessante que quando Charlie Gillet colocou a fita demo no programa,
 a banda estava ajudando um amigo em uma mudança e não ouviram quando Charlie Gillet tocou a demo no programa e não ouviram, na verdade, eles não imaginavam que o Chalie iria tocar a demo no programa, eles acham que ele iria dar alguma ideia do que eles fazerem com a demo. Bom, o fato é que imediatamente despertou interesse das companhias de disco.

Nos dias seguintes, pela noite, a quantidade de trabalho começou a aumentar. Durante o dia John e Mark iam em companhia industrial de disco, escutando ofertas, falando de um futuro.

“Particularmente Jonh, sabia que este era um momento crucial.” John: Queríamos saber algo sobre as companhias de disco, não sabíamos nada.
As companhias de disco estavam impacientes para firmar com o Dire Straits. Uma nos ofereceu 1.500 libras para gravar o primeiro álbum.

David lembra-se de ver um homem da A&R em um concerto em King´s Head em Islington. Obviamente eu estava em um estado de êxtase, porque pensava que eles iam assinar com a gente. Eu não sabia que se saísse bem em um concerto em um pub rock significava muito. Pensei que eram bons, mas simplesmente condicionado a fazer boa música, eu não sabia se isso chegaria a algum lugar. “

Por recomendação do jornalista Richard Williams, a banda foi ver o advogado Robert Allan, que assumiu as negociações. (Pessoa muito importante no início do Dire Straits, não é a toa que o nome dele está na capa primeiro álbum, em agradecimentos) Finalmente conseguiram um contrato aceitável com a Phonogram e assinaram no Outono de 1977. Como resultado, Mark ganhou um contrato para a publicação de suas canções com Rondor.

---X---

Contrariamente à opinião popular, as bandas não se tornam milionários do dia, assim como assinar um contrato com o rótulo tão rapidamente, no caso dos Dire Straits foi um ótimo trato e bastante incomum para uma nova banda, que lhe permitiam 3 álbuns antes que a companhia decidisse se "livrar" deles. (Coisa que jamais acontecera!) ^^

A banda recebeu um dinheiro para assinar, mas a maior parte desse dinheiro foi para pagar a gravação do disco de estreia, mais de 25.000 libras-não-reembolsáveis, ou seja, sem que nenhuma das despesas que vinham de royalties da banda. (Posteriormente, o contrato foi renegociado e os três primeiros álbuns custam mais de £ 150.000 para o quarto único Love Over Gold, custando cerca de £ 110.000).

A necessidade urgente da banda agora era conseguir um empresário que organizasse sua carreira e os ajudassem a sair dos pubs e clubs e fazer turnês de verdade. John Stainze constatou Ed Bicknell nos princípios de 1977 para dizer que a Phonogram havia assinado com o Dire Straits e necessitava urgente de um agente para conseguir-lhes concertos.

Ed foi para os escritórios da Phonogram , ouviu a fita demo de Charlie Gillet e ficou impressionado imediatamente. Fui convidado para jantar em Dingwalls, um clube no norte Londres e quando entraram, o Dire Straits começou com sua primeira canção "Down to the Waterline”
"A primeira coisa que eu reparei é que não era necessário estar no fundo da sala, estava muito quieto. Tinha acabado de se apresentar The Ramones, que eram ensurdecedores.

"A segunda coisa que eu notei foi que Mark estava tocando uma Fender Stratocaster vermelha, que imediatamente me fez pensar de Hank Marvin, E uma forma ou de outra, eu fui atraído para ela canções. O que nós estávamos tocando foi o que saiu de maneira consistente em seu primeiro LP, além de algumas canções. Basicamente é um tipo de música americana, coisas como "Eastbound Train", "Southbound again" ea versão jazzy de Chuck Berry, "Nadine".

"Na segunda ou terceira canção, fui a Stainze e disse," Eu gostaria de ser o manager desta banda, são ótimos. Digo-te uma coisa John, te daria 5% do que fizer com eles, se me conseguir esse grupo. “E ele me disse: "Porra Ed, isso é desnecessário."Ed- eu estava muito animado, eu não sabia como fazer para tê-los. O concerto terminou e Stainze levou-me até os rapazes. Quando entrei, tropecei em cima da Strat vermelha e ela caiu no chão e todos me olharam como quem diz: "O que esse cachorro está fazendo?" (rsrs) =D

No dia seguinte, Mark, John e David foram para o gabinete do Ed, que foi rapidamente transformada em um grande escritório gerente.

Ed estava trabalhando na agencia NEMS agência, principalmente conseguindo turnês para a nova onda americana, como Talking Heads, Ed deu-lhes cópias do disco de 77 do Talking Heads, e os três músicos saíram de lá para pensar na oferta. David foi relutante, Mark e John pensaram que Ed estava completamente louco, mas parecia saber o que estava fazendo. Eles ligaram no dia seguinte e disseram que aceitavam a proposta. “As rodas tinham apenas sido posta em movimento.”
Foi aí que colocou o Dire Straits para abrir os shows da turnê britânica dos Heads, em Janeiro de 1978. Não demorou para o Dire Straits torna-se a atração principal! ^^

Após a turnê com o Talking Heads, em Janeiro de 1978, o próximo passo era conseguir um produtor para o primeiro álbum, não foi uma tarefa fácil para uma banda que não era conhecida, a qual suas músicas não estavam na moda.
A lista composta por dois nomes: Pete Gage que costumava tocar com Vinegar Joe, e Muff Winwood. O irmao de Steve Winwood, havia sido membro do grupo Spencer Davis era um respeitado produtor. Winwood tinha tempo e os Straits foram para Island Studios, em Basing Street, oeste de Londres, em 14 fevereiro.

O material era essencialmente o mesmo que estavam tocando nos concertos, apesar de ter deixar de lado músicas como “Sacred Loving” escrita por David e fazia parte da demo original, Nadine de Chuck Berry," Real Girl "uma divertida música com a letra baseada em uma anúncio da revista Time Out London e "Eastbound Train"um boggie que apareceu mais tarde em um álbum e compilação o lado B de "sultans do Swing".

Os trechos a seguir foram retirados do livro de Michael Oldfield, em inglês)

John continua: "Nos foram dadas três semanas para fazer o álbum, que naqueles dias parecia muito tempo para utilizar o estudo, mas, resultou que precisamos de mais uma semana. Conhecíamos todas as músicas virtualmente, mas quando chegamos ao estúdio, tivemos que começar por baixo e trabalhar todas novamente. E quando desempenhamo-las soaram muito melhor, por isso deixamo-las   assim. "

Ed disse: "As duas coisas que eu lembro é que Muff dizia constantemente a Pick para tocar tempo, em vez de cheia, e Pick ficava um pouco fartos de tudo isto. "Da maneira aleatória que tudo isto se passava, Muff tinha seu tempo no estúdio e quando foram fazer o orçamento, ele aceitou as 500 libras de adiantamento, em vez de 50% dos royalties.
"Não havia muitas ideias sobre o que o álbum oferecia, na realidade, As canções falavam por si mesmas. Ninguém veio para dizer-lhes para colocar um sintetizador. John Steinze tentava por um monte de ideias e Muff também, mas basicamente o que foi gravado o que eles estavam tocando na turnê. Segundo Muff, se tivesse feito um álbum ao vivo, haveria quase nenhuma diferença.

Muff: "Eu não influencio na escolha das músicas. Posso ir aos ensaios e dizer, "não creio que essa canção funcione ", ou qualquer coisa assim, mas geralmente falar de música, nesse momento dependia deles. Agora cabe a Mark. Phonogram nunca havia interferido artisticamente desde o principio, fizemos as coisas a nossa maneira. É um pouco como se fosse um pequeno planeta que está conectado com o cordão umbilical a Phonogram, envie-nos as suas músicas e eles mandaram os discos. "


Brunno Nunes.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

dIRE sTRAITS LEGENDS


Hoje quase não acreditei no que vi quando me deparei com esse cartaz. A presença de um personagem muito importante na História da banda, Pick Whiters, além do grande  Mel Collins, ambos são duas grandes figuras importantíssima para a sonoridade do Dire Straits, de volta em um evento onde tocam músicas do DS.

Eu cheguei a pensar que nunca mais iria ver novamente Pick Whiters tocando alguma canção do Dire Straits, esses vídeos que seguem me trazem um alivio e grande prazer, pois Pick sempre foi e sempre será meu baterista predileto do DS e quanto que faz falta esse cara no mundo da música.













É maravilhoso poder apreciar o som dessas canções novamente com Pick Whiters, para mim ele é a grande estrela nesse evento, membro fundador. Espero que apreciem, é uma pena que eu tenha me deparado com esse evento somente agora, pois ele ocorreu em Julho desse ano, contudo, aí está o registro para análise e apreciação.

Brunno Nunes.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A capa do primeiro álbum do Dire Straits





Olá Knoplferianos(as)

É bem verdade que minhas postagem já não são tão frequentes, em virtude de meu não dispor de mais tempo como era de costume, contudo, sempre que puder, estarei trazendo algo que ao meu ver seja pertinente acerca do Universo Dire Straits.

Hoje irei abordar um pouco sobre a capa do primeiro álbum do Dire Straits, uma capa que para mim sempre foi no mínimo curiosa. Essa semana eu estava olhando a dita capa e refletindo no que ela poderia representar, qual a ligação com a sonoridade e gostaria de compartilhar minhas impressões com todos os visitantes:

 A parte da frente do LP é surpreendentemente simples como podemos ver, contudo, ela sempre me provocou um impacto profundo. O desenho em si e a dureza das cores usadas cria um clima solidão e melancolia que é evidente à primeira vista, e faz jus ao clima presente na maioria das canções desse álbum, sobretudo a faixa que encerra, a "estranha" e magnífica canção Lions, onde Mark nos leva para um fim de dia na Trafalgar Square, em plena Londres no final dos anos 70,em uma melancolia bastante distinta e atraente para amantes dessa característica presente na banda.

Essa pintura foi feita por um artista britânico chamado Chuck Loyola, essa mulher na capa do álbum é algo aparentemente pode nem chamar muito atenção, contudo, fazendo certas ligações plausíveis, podem surgir algo de intrigante,observemos:  Ela encostada na coluna, a varanda, ela sozinha no ambiente, a maneira como ela está representada, são detalhes que ao meu ver, se misturam com algumas das canções do álbum. Down to the Waterline fala de aventuras noturnas com uma garota em pleno cais;
Water of Love segue> "Lost and lonely in every way" e depois>

"Once I had a WOMAN I could call my own
Once I had a woman now my woman she gone
Once there was a river, now there's a stone
You know it's evil when you're living alone"

Setting Me Up> "Tudo o que você queria era um pouco de ação
Agora você fala sobre outro homem"

Six Blade Knife há uma metáfora um tanto "indecente" para com uma certa mulher, mas muito inteligente, irônica, "Everybody got a knife it can be just what they want it to be
A needle a wife or something that you just can't see"

Em Lions há aquela mulher, a qual Mark se coloca (como de costume) como um observador> "A girl is there high heeling across the square
Wind blows around in her hair and the flags upon the poles
Waiting in the crowd to cross at the light
She looks around to find a face she can like."

"But she’s thinking about a stranger in the night..."

A garçonete em Wild West End...   "Real Girl" é mais um exemplo, pois apesar de não ter entrado para o álbum de estreia, foi tocada nos primeiros shows da primeira turnê, outro exemplo é a mulher que está presente na canção "Eastbound Train". Vejam a letra de Lions primeiramente e em seguida observem a letra de "Eastbound Train". Enfim, é interessante perceber a presença de uma mulher nas canções acima e a presença de uma mulher na capa do álbum. Deixo aqui um pouco de minhas perspectivas, gostaria de ver a de vocês. ^^

Brunno Nunes.