Pois é, eu perguntei sobre suas memórias de sua passagem pelo Dire Straits, se ele poderia me falar sobre a turnê que deu origem ao Alchemy e para minha surpresa ele escreveu um texto rico em detalhes curiosos, como vocês poderão perceber, ao ele abriu o coração para falar a respeito do Dire Straits, justamente ele, que esteve presente na banda em um período bastante curioso, onde não existe material abundante em vídeos, fotos, comparado as outras turnês. (Por sinal, única turnê que os DS estiveram no Japão).
Quero agradecer a Renata Christovão Bottino que gentilmente traduziu o texto que segue:
Brunno: Oi, Tommy. Como vai? Conheço seu trabalho com o
Bryan Adams, mas foi com o Dire Straits que o vi pela primeira vez na turnê do Love over Gold. Se não for incômodo,
gostaria de saber quais são suas memórias de sua passagem pelo Dire Straits.
Você poderia falar do show do qual você participou e que deu origem ao Alchemy?
Cordialmente
Tommy Mandel: Oi, Brunno. Aprendi muito com o Dire Straits
sobre a dinâmica e a sutileza de tocar. Foi a primeira vez também que tive a
sorte de ir à Austrália, Nova Zelândia e ao Japão. (Desde então, estive lá
muitas vezes, mas não recentemente.)
John Illsley era um grande gentleman, muito alto e sempre preocupado em proteger a qualidade do Dire Straits e se todos estavam felizes e eram capazes de fazer o melhor. Como segundo cantor e baixista ele era o único membro original do Dire Straits que ainda estava na banda com Mark. Terry Williams era o novo baterista. Éramos os caras novos e passávamos muito tempo juntos. O pai de Terry tinha uma banda em que Bonnie Tyler cantou no País de Gales em outros tempos. Ele adorava tocar bateria no simples estilo “Rockpile”. Era incrível quando ele fazia isso, mas nesta turnê Mark queria que ele tocasse num estilo mais impactante! Terry fez isso, era um cara sensacional também. Hal Lindes era americano antes de se mudar para a Inglaterra e entrar para o grupo dois ou três anos antes de mim. Quando entrei para a banda ele era casado com Mary, uma mulher maravilhosa que foi casada com Peter Frampton. Todas as garotas amavam o Hal porque ele era tão jovem e bonito. Mas é claro que ele também tocava muito bem! Alguns anos depois ele me ligou e nos encontramos em Nova York e fizemos música juntos lá. Todos tocavam muito bem, mas meu músico favorito tinha que ser o Alan Clark, o tecladista que tinha colocado tantas partes no CD Love Over Gold que eles precisavam de um segundo músico na banda para garantir que todas ou quase todas as partes pudessem ser tocadas ao vivo, e esse músico era EU! O Alan realmente tem um toque sensacional no piano, no órgão, no sintetizador, em tudo em que ele toca na verdade. Ele também já tocou com Eric Clapton. Alan foi ver nosso show com o Bryan Adams na cidade natal dele, Newcastle On Tyne. Ele sempre foi um super amigo, um grande irmão para mim, e eu ficava feliz em ter orientações dele porque, bem, ele era tão talentoso e tão legal. E engraçado também. Meio James Bond, mas não tão alto e moreno. Ele estava economizando para comprar um Audi durante essa turnê e sei que o Alan conseguiu depois porque o DS era muito profícuo. Mel Collins tocou sax nesta turnê . Ele tinha tocado com o Tears for Fears e tinha boas histórias para contar sobre eles. Ele realmente era um bom saxofonista. Teve que dar umas aulas de sax para o Mark depois das passagens de som porque Mark gostava mesmo do sax — achava que era um instrumento muito expressivo. Joop de Korte, outro cara legal, tocava percussão. Eu me encontrei com ele em Nova York há alguns anos. Ele é holandês, mas agora mora nos EUA, eu acho.
Peter Granger, o engenheiro de mixagem de som era um gentleman inglês. Parecia quase um professor quando falava. Morreu tragicamente de um jeito de cortar o coração. A filinha dele correu para rua e ele se jogou e a empurrou para um lugar seguro, mas não teve a mesma sorte e o carro o matou. Ele e a mulher Nancy, que nasceu nos EUA, fizeram um jantar maravilhoso para mim quando estávamos fazendo muitos ensaios em Greenwich em Londres, que eram necessários para harmonizar as partes de um show tão grande. Pete Brewis era o roadie do Mark. Ele tinha os olhos mais tristes, mas com certeza conhecia bem as guitarras! Steve Flood era o cientista–sabia tudo sobre a magia da eletricidade fazia nossos instrumentos e luzes. Estava sempre com um sorriso no rosto como se soubesse algo que desconhecíamos, o que provavelmente era verdade! Charles Herrington era o ótimo iluminador (a iluminação era muito importante para o Mark Knopfler nesta turnê provavelmente sempre foi.., mas a atmosfera que criaram representava uma grande parte nesse show, com canções longas como Telegraph Road e misteriosas como Private Investigations.) Acho que o Charles se mudou para Hoboken, NJ, EUAhá algum tempo. Ron Eves era meu técnico de teclado (e do Alan Clark também) era um engenheiro aeroespacial que fingia ser um comediante. Ou talvez um comediante que era um engenheiro aeroespacial como hobby. Tinha muito que fazer o Synclavier, dois Prophets, um Yamaha GS-1, um órgão Hammond B3, a órgão Korg CX3 clonewheele de qualquer forma sempre funcionava! Paul Cummings era o Produtor de Turnêou Gerente de Turnê, Eu esqueci qual era o cargo exato, mas ele era amigo, civilizado, eficiente, e ficaze eu gostava muito dele! Ficávamos em ótimos hotéis, bebíamos bons vinhos e víamos lugares maravilhosos e exóticos e tocávamos músicas muito boas. Consegui conhecer a Lady Di e o Príncipe Charles. Eu te conto isso em outra hora. O Duran Duran estava lá naquela noite, mas não sou um grande fã deles. Com exceção do guitarrista base, que dançava de maneira muito legal enquanto tocava! Andy Taylor, eu acho. O empresário, Ed Bicknell, também era super engraçado. Ele começou tocando bateria na banda do Mark Knopfler antes do Dire Straits! Um dos agentes de promoção, Paul Crockford, depois conseguiu que eu ficasse nos bastidores de um show do Roger Waters em Nova York e consegui encontrar o Eric Clapton novamente lá. Obrigado, Paul!
Mick Jones, do Foreigner, não meu amigo de mesmo nome do Clash, tinha um irmão chamado Kevin, que continuou a ser o principal programador de sintetizador do Nile Rogers. Quando fizemos a turnê e gravamos o Alchemy, Kevin tinha tarefas difíceis, mas sempre as cumpria, e nunca perdeu a compostura. Tínhamos que nos ater a nossas partes— nenhuma nota era espontânea. É algo que nunca entendi na banda, mas com sete músicos, e música que realmente tem estilo para recriar suponho que essa tenha sido uma decisão do Mark Knopfler. Por mais que deva ter sido necessário, isso tirou um pouco da graça daquilo que ainda era um grande sonho que se tornou realidade. Mas sabe, quando se está sonhando, quando se está dentro dele nem sempre você sabe que é um sonho. Espero que esse texto responda algumas das suas perguntas, Brunno, se cuida e obrigado por dar uma passada aqui! -™
John Illsley era um grande gentleman, muito alto e sempre preocupado em proteger a qualidade do Dire Straits e se todos estavam felizes e eram capazes de fazer o melhor. Como segundo cantor e baixista ele era o único membro original do Dire Straits que ainda estava na banda com Mark. Terry Williams era o novo baterista. Éramos os caras novos e passávamos muito tempo juntos. O pai de Terry tinha uma banda em que Bonnie Tyler cantou no País de Gales em outros tempos. Ele adorava tocar bateria no simples estilo “Rockpile”. Era incrível quando ele fazia isso, mas nesta turnê Mark queria que ele tocasse num estilo mais impactante! Terry fez isso, era um cara sensacional também. Hal Lindes era americano antes de se mudar para a Inglaterra e entrar para o grupo dois ou três anos antes de mim. Quando entrei para a banda ele era casado com Mary, uma mulher maravilhosa que foi casada com Peter Frampton. Todas as garotas amavam o Hal porque ele era tão jovem e bonito. Mas é claro que ele também tocava muito bem! Alguns anos depois ele me ligou e nos encontramos em Nova York e fizemos música juntos lá. Todos tocavam muito bem, mas meu músico favorito tinha que ser o Alan Clark, o tecladista que tinha colocado tantas partes no CD Love Over Gold que eles precisavam de um segundo músico na banda para garantir que todas ou quase todas as partes pudessem ser tocadas ao vivo, e esse músico era EU! O Alan realmente tem um toque sensacional no piano, no órgão, no sintetizador, em tudo em que ele toca na verdade. Ele também já tocou com Eric Clapton. Alan foi ver nosso show com o Bryan Adams na cidade natal dele, Newcastle On Tyne. Ele sempre foi um super amigo, um grande irmão para mim, e eu ficava feliz em ter orientações dele porque, bem, ele era tão talentoso e tão legal. E engraçado também. Meio James Bond, mas não tão alto e moreno. Ele estava economizando para comprar um Audi durante essa turnê e sei que o Alan conseguiu depois porque o DS era muito profícuo. Mel Collins tocou sax nesta turnê . Ele tinha tocado com o Tears for Fears e tinha boas histórias para contar sobre eles. Ele realmente era um bom saxofonista. Teve que dar umas aulas de sax para o Mark depois das passagens de som porque Mark gostava mesmo do sax — achava que era um instrumento muito expressivo. Joop de Korte, outro cara legal, tocava percussão. Eu me encontrei com ele em Nova York há alguns anos. Ele é holandês, mas agora mora nos EUA, eu acho.
Peter Granger, o engenheiro de mixagem de som era um gentleman inglês. Parecia quase um professor quando falava. Morreu tragicamente de um jeito de cortar o coração. A filinha dele correu para rua e ele se jogou e a empurrou para um lugar seguro, mas não teve a mesma sorte e o carro o matou. Ele e a mulher Nancy, que nasceu nos EUA, fizeram um jantar maravilhoso para mim quando estávamos fazendo muitos ensaios em Greenwich em Londres, que eram necessários para harmonizar as partes de um show tão grande. Pete Brewis era o roadie do Mark. Ele tinha os olhos mais tristes, mas com certeza conhecia bem as guitarras! Steve Flood era o cientista–sabia tudo sobre a magia da eletricidade fazia nossos instrumentos e luzes. Estava sempre com um sorriso no rosto como se soubesse algo que desconhecíamos, o que provavelmente era verdade! Charles Herrington era o ótimo iluminador (a iluminação era muito importante para o Mark Knopfler nesta turnê provavelmente sempre foi.., mas a atmosfera que criaram representava uma grande parte nesse show, com canções longas como Telegraph Road e misteriosas como Private Investigations.) Acho que o Charles se mudou para Hoboken, NJ, EUAhá algum tempo. Ron Eves era meu técnico de teclado (e do Alan Clark também) era um engenheiro aeroespacial que fingia ser um comediante. Ou talvez um comediante que era um engenheiro aeroespacial como hobby. Tinha muito que fazer o Synclavier, dois Prophets, um Yamaha GS-1, um órgão Hammond B3, a órgão Korg CX3 clonewheele de qualquer forma sempre funcionava! Paul Cummings era o Produtor de Turnêou Gerente de Turnê, Eu esqueci qual era o cargo exato, mas ele era amigo, civilizado, eficiente, e ficaze eu gostava muito dele! Ficávamos em ótimos hotéis, bebíamos bons vinhos e víamos lugares maravilhosos e exóticos e tocávamos músicas muito boas. Consegui conhecer a Lady Di e o Príncipe Charles. Eu te conto isso em outra hora. O Duran Duran estava lá naquela noite, mas não sou um grande fã deles. Com exceção do guitarrista base, que dançava de maneira muito legal enquanto tocava! Andy Taylor, eu acho. O empresário, Ed Bicknell, também era super engraçado. Ele começou tocando bateria na banda do Mark Knopfler antes do Dire Straits! Um dos agentes de promoção, Paul Crockford, depois conseguiu que eu ficasse nos bastidores de um show do Roger Waters em Nova York e consegui encontrar o Eric Clapton novamente lá. Obrigado, Paul!
Mick Jones, do Foreigner, não meu amigo de mesmo nome do Clash, tinha um irmão chamado Kevin, que continuou a ser o principal programador de sintetizador do Nile Rogers. Quando fizemos a turnê e gravamos o Alchemy, Kevin tinha tarefas difíceis, mas sempre as cumpria, e nunca perdeu a compostura. Tínhamos que nos ater a nossas partes— nenhuma nota era espontânea. É algo que nunca entendi na banda, mas com sete músicos, e música que realmente tem estilo para recriar suponho que essa tenha sido uma decisão do Mark Knopfler. Por mais que deva ter sido necessário, isso tirou um pouco da graça daquilo que ainda era um grande sonho que se tornou realidade. Mas sabe, quando se está sonhando, quando se está dentro dele nem sempre você sabe que é um sonho. Espero que esse texto responda algumas das suas perguntas, Brunno, se cuida e obrigado por dar uma passada aqui! -™
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Valeu demais! Uma das fases que eu mais gosto do Dire Straits! Tomara que o Tommy responda o que ele lembrar dessas outras questões. Um abraço e continue com esse maravilhoso blog.
ResponderExcluirTem nada ver com o seu post Brunno , mas assista, acho que vc , assim como eu e todo grande fã do Dire Straits, apreciaria esse cover aqui, é de uma gringa. Muito bacana a inovação da gaita na música:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=iLNZhH0eCeg
Porra Brunão... Novembro.
ResponderExcluirPosta uma novidade aí bicho. Passou da hora.
O Mark deve ser muiitooo autoritário, hein... Considerando que não mereceu nenhum elogio do Tommy..
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