quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Decentralizando o foco- Dire Straits


É com essa abordagem, (talvez polêmica para alguns), que venho trazer luz a um aspecto que há um bom tempo me inquieta, a maneira como a mídia trabalhou a imagem do Dire Straits focando 99% na figura de Mark Knopfler. É fato que ele é o componente mais essencial para o sucesso da banda, pois é o compositor, cantor, guitarrista solo, e líder da banda, um musico completamente diferenciado em sua arte. Mas a maneira como a mídia foi trabalhando a imagem da  banda é o foco dessas postagem. Quando olhamos para bandas como, Queen, Led Zeppelin, The Police, Rush, Beatles, Pink Floyd, necessariamente não pensamos apenas no vocalista, a maioria das vezes pensamos em mais de um componente dessas bandas, quase que imediatamente e de fato, a julgar pelas entrevistas que tais bandas davam na tv, 90% das ocasiões, seja em uma coletiva de imprensa, ou em programas de entrevistas, a maioria das vezes estava ou a banda completa, ou 50% dessas bandas estavam presentes, curiosamente, não é o caso do Dire Straits, quando a maioria das vezes, a banda era representada apenas por Mark Knopfler, aqui estão alguns exemplos:









https://www.youtube.com/watch?v=8emrGa-ukGE



(No Late Night with Letterman Sho- 1985, estranhamente ele se apresentou sozinho tocando Expreso Love sem o Dire Straits)







Aqui está o contraponto. 







Isso mostra que nesse período inicial da banda, havia uma visão mais em torno de banda, e não como se tornou com o tempo, basicamente como a "banda de apoio" do Mark Knopfler.

Há um aspecto e torno do Dire Straits que se assemelha com a banda Creeedence Clearwater Revival, banda que só tinha um compositor, John Fogerty,  talvez por isso, que assim como o Creedence é sinônimo de John Fogerty, Dire Straits é sinônimo de Mark Knopfler, asism é para a grande maioria e não vejo como ser diferente, porém, eu não deixo de perceber a importância de determinados membros que passaram pelo Dire Straits e deixaram suas marcas e preciosas contribuições que deram formato ao som da banda, seja em estúdio e principalmente ao vivo, durante as variadas turnês.


É nesse sentido que para mim o Dire Straits não foi obra única e exclusivamente de Mark Knopfler, não vejo a banda dessa maneira como muitas pessoas!


O Dire Straits foi uma banda bastante incomum desde sua criação, eles tinham tudo para não darem certo, porém, deram certo e venderam mais do que qualquer banda punk, que era a bola da vez no final dos anos 70.




A meu ver, a sonoridade do grupo deve-se não apensas ao talento e genialidade inquestionável de Mark Knopfler, mas sempre percebi que trata-se da junção de outros elementos, se assim não fosse, a carreira solo de Knopfler seria a mesma sonoridade do que foi com o Dire Straits, as configurações existentes dadas as formações da banda, deram emoções e sabores distintos as canções.

A meu ver, a primeira formação da banda é a base de tudo o que o Dire Straits se tornou. O processo de criação musical do grupo, sempre andou de mãos dadas com o toque de músicos notáveis que estiveram na banda. Nos primeiros anos 77/79, existia algo que identifico como a sonoridade muito distinta de todas as fases da banda, o som das fenders, a química no palco dos irmãos Knopfler, a doçura e sutilezas das baquetas de Pick Whiters  algo que foi essencial para soar daquela maneira, o segredo estava na unidade e não somente em Mark Knopfler!






Além do líder da banda, sem dúvidas, o músico de maior destaque na formação original é Pick Withers, um baterista único, dono de um estilo singular de tocar bateria, ele tinha originalidade, sutileza, uma sensibilidade incrível em todas músicas do Dire Straits que ele tocou; além da guitarra de Mark Knoplfer, o que seria de Sultans of Swing eme estúdio sem o contributo de Pick Winthers? Quanto ao John, apesare de não ser um baixista extraordinário, a história mostra que ele  cumpriu muito bem o seu papel na banda, John e Mark Knopfler formavam um grande time, tanto que foram até o fim em 92!

Enfim, a ideia de que Dire Straits é Mark Knopfler e Mark Knoplfer é Dire Straits nunca me convenceu em sua forma literal, são propostas musicais completamente diferentes, há toda uma formula (jeito) de se criar canções muito distintas em ambos os víeis, cada um com sua particularidade, contudo, olhando a obra toda, percebe-se claramente que há uma evolução nas composições das letras (tendo em vista a carreira solo), por outro lado, parece haver uma inversão quanto ao quesito (guitarra), como se a mesma perdesse substancialmente ênfase e os holofotes fossem jogados para outros instrumentos, hoje podemos perceber uma flauta muito presente em seus shows, que muitas vezes não funcionam (a meu ver) em determinadas canções como What It Is, (em termos de instrumentação, prefiro as versões da STF tour 2001, violino sim é o casamento perfeito pra esta canção),Telegraph Rod... mas ai já é outra história é um ponto de vista particular! 

Não obstante, Mark Knopfler sempre foi e é a alma do Dire Straits, só que a alma precisa de um corpo, o corpo foi o conjunto inteiro, cada um dando o melhor de si, e assim foi como tudo começou!

 
Penso que na fase inicial do dire straits (os dois primeiros álbuns), notadamente foi marcada por uma abordagem  mais intimista, a proposta inicial do grupo era inovar a música inglesa, trazer o que tinha de melhor nos guetos londrinos, misturada a uma sonoridade Americana, vide a invasão Americana que influenciou e continua a influência todo o mundo . Sem dúvidas que a influência cultural de Mark traçou os passos subsequentes da banda. A inclusão de alguns instrumentos como sintetizadores, pianos em 1980, saxofone a partir de 83, marcaram um novo salto quântico musical na banda, e isso foi dando a tônica durante a trajetória da banda, basta analisar as evoluções musicais de varias canções e suas transformações durante o tempo de vida da banda, como verdadeiro alquimista em seu castelo chamado Dire Straits, Knopfler elaborou uma obra regada de grande maestria, mas para isso soar como tal, ele não estava só, sempre esteve com os músicos certos para conduzir sua obra. (Nunca se vence uma guerra lutando sozinho. Raul Seixas).  


Dessa forma, o dire straits teve diversos momentos: 1) Final da década de 70 - funcionava como uma verdadeira unidade; 2) década de 80 - complexificação da obra, com inclusão de instrumentos como teclados, sintetizadores, saxofone, flauta, trazendo novas propostas musicais, presença de bateria eletrônica na BIA 85/86 ; 3) Década de 90 - um universo ainda mais amplo no contexto instrumental, com a entrada de um novo elemento musical, o Lap Steel, além de uma percussão extra, Dire Straits na altura de sua última turnê mundia era uma banda que se equivaleria a qualquer dinossáurio do rock, possivelmente, análogo ao que soava o Led Zeppelin em sua última turnê em 1980.

Outro aspecto que não irei aprofundar, mas apenas trazendo para refletir, não podemos esquecer dos músicos que contribuíram para a grandiosidade da obra da banda, vide os dois últimos álbuns de estúdio, Brothers In Arms:

Omar Hakim – drums
Michael Brecker – tenor saxophone
Randy Brecker – trumpet
Malcolm Duncan – tenor saxophone
Neil Jason – bass on "One World", "Your Latest Trick" and fretless bass on "Why Worry"
Tony Levin – bass
Jimmy Maelen – percussion
Michael Mainieri – vibraphone
Dave Plews – trumpet

Sting – backing vocals 

On Every Street:

Danny Cummings – percussion
Paul Franklin – pedal steel guitar, acoustic lap steel 
Vince Gill – guitar, backing vocals 
Manu Katché – percussion, drums 
George Martin – conductor, string arrangements 
Phil Palmer – guitar

Jeff Porcaro – drums, percussion

Ao fã desatento, admira-lhe o fato de Sultans of Swing e On Every Street pertencer a mesma banda e isso se deu, fundamentalmente pela marcante metamorfose sonora que a banda sofreu com a perda de David, bem como as passagens dos bateristas, Pick e Terry, (que ambos dão sentidos e sabores muito distinto as canções). Não podemos nos esquecer do homem dos teclados e Pianos e Sintetizadores, Alan Clark, que vem definir de forma substancial o som da Dire Straits. Quem acompanhou o trabalho solo de Knopfler, sabe que a temática foi gradativamente mudando com o passar do tempo, Mark quase nunca escreve letras e nem tão pouco melodias no estilo inconfundível do Dire Straits, a mais perto que fez (propositalmente) foi What it Is, para além, Beryl, é certo que há alguns lampejos, o fato é que  os “ecos” mais abundantes do DS em sua carreira solo estão no Golden Heart evidentemente, afinal, é seu primeiro álbum solo.

Outro ponto de vista, referente ao tópico, é que no Dire Straits, determinadas músicas possuem algo que remete a personalidade de algum membro ou momentos onde eles se destacam.
Por Exemplo:


(Walk Of Life, Tow Young Lovers, Wild West End)= Jack Sonni  é a cara dele, basta assistir o clip ou ver as brincadeiras que Mark tira com ele no show em Sidney 86!

(Solid Rock, SOS, Twistting by the Pool, MFN) = Terry Williams, a energia que ele traz)





(Six Blad Knife, Private Investigations)= John Illsley e aquela marcação do baixo, envolvente.

(Your Latest Trick, Romeo and Juliet, On Every Street)= Chris White, com um sax impecável, fazendo dessas, clássicos, indiscutivelmente ! 

(Wild West End, Down to the Waterline, Lions, Once Upon a time in the West, SOS, Single Handed Sailor)= David Knopfler, basta assistir o clip ou ver ela no chorus 78 ou rockpalst 79 e ver como o David brilha nessa música com sua guitarra base dando movimento na música inteira.

(Water Of Love,Setting me Up, Once Upon a time the West, Skateaway...= Pick Withers, com seu ritmo e swing incrível.

O álbum Love Over Gold inteiro é a cara do Alan Clark.

(You And Your Friend, On Every Street)= Paul Franklin com seu Pedal Steel Guitar, ele mostrou porque em vários momentos durante sua passagem na banda, mas essas músicas jamais seriam as mesmas sem ele.

(É evidente que esses exemplos são meramente ilustrativo, nada impede de alguém ouvir qualquer uma dessas canções e remeter há algum outro membro, o fato é que a primeira pessoa de cada canção é o próprio Knopfler, líder, compositor, cantor e guitarrista solo).



Não vejo esse aspecto claramente na carreira solo, e olha que segundo o próprio Mark, os músicos que o acompanham em carreira solo, têm mais liberdade para por sua identidade sonora do que nos tempos do Dire Straits, talvez isso deva-se ao fato (CARISMA).
Vamos debatendo! ^^


Brunno Nunes.


("Meu porto seguro sonoro reside nessa fase") (Segunda turnê americana- New York- September 1979)

9 comentários:

  1. O Dire se destacou pela maneira diferente do Mark tocar guitarra e suas lindas composiçoes...o David saiu da banda para seguir carreira solo e nao foi muito longe..entao percebe q Mark.tem talento de sobra ja esta em seu 9 disco solo...quanto ao Dire porque nao continuaram..voutaram em 2014 com um guitarrista fazendo um cover do Mark...uma enorme falta de criatividade...o estilo Mark.. De tocar guitarra continua bem presente ate hoje o cara e uma lenda sim..nao esto desmerecendo os outros...so q essa postagem da a entender q Mark era apenas um componente e isso nao e verdade..a guitarra de Mark progetou o Dire...e todos sabem disso ate o proprio Dire...

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  2. Caro anonimo

    Entenda que Mark sempre foi o maestro da banda e sempre esteve com excelentes músicos ao seu redor, o calibre de Pick Whiters, Alan Clark, Terry Williams, Paul Franklin não é qualquer coisa não e sempre foram destaques na sonoridade da banda, a não ser para um alienado com muita "poeira" no ouvido para não perceber que além da guitarra, que sem dúvidas é cartão postal ds banda, existem protagonismo de outros instrumentos também, por exemplo, caro anônimo:

    1- A bateria de SOS no Alchemy é destacada internacionalmente, nem precisa explicar o porque.

    2- O solo de Piano de Alan Clark na metade de Telegraph Road, assim como a introdução de Love Over Gold (cintando essas, pois foram compostas por ele), posso acrescentar a intrução de Tunnel of Love na turnê do Love Over Gold, a ponte feita entre Portobello Belle e Tunnel Os Love, aquilo é genial e é notório o dedo de Alan Clark.

    3- A turnê de 91-92 jamais seria a mesma sem o protagonismo de Paul Franklin

    Enfim, anônimo, a falta de ouvir algum bons bootlegs e possuir uma visão miupe não é uma exclusividade sua, tenho certeza, (tendo em vista seu comentário) que você quando ouve música só foca uma única coisa, quando uma banda ou grupo é feito por músicos e consequentemente o ouvinte deve dividir as partes, no sentido de perceber as partes que formam a canção. Feito isso, percebe-se a riqueza está nas mão de um todo e não de um.

    Volto a repetir, Knopfler sempre foi o maestro, letrista, guitarrista solo, vocalista e líder, evidentemente ele é o principal, mas quanto a obra da banda, tenha certeza, sem esses músicos o temporo seria outro, haja visto as canções do DS na carreira solo, é maravilhoso, mas não tem o sabor do Dire Straits, fica 50%.

    Enfim... Sei que a maioria deve ter compreendido minha perspectiva, não que não possa se discordar, mas pela graça, sua justificativa é digna de quem não conhece bem a banda e outra, você muito mal informado, o Dire Straits não voltou em 2014 com um outro guitarrista, aquilo trata-se de uma banda tributo ao DS encabeçada por Alan Clark, se informe melhor, caro anônimo.

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  3. Brunno Nunes, por que ser estúpido e arrogante com o seu leitor. O "anônimo" simplesmente colocou a opiniao dele.

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  4. Tolerância ZERO com covardes anônimos!

    Quer que seu comentário seja publicado, identifique-se, não aceitarei mais comentários em anonimato.

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  5. Olá gostei muito e concordo com você, para mim o sucesso do Dire Straits deve se muito ao conjunto numa abordagem geral! Quando ouço Dire nao ouço (apenas) Mark e sua guitarra, pelo contrário sei distinguir que ha "um todo" q contribui muito para "se encaixar as peças" -vamos dizer assim!
    Parabéns pelo blog :)
    Aah e tem como vc deixar o link de seu facebook, gostaria de lhe adicionar :)

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  6. Obrigado, Lu, A-há 80.
    Aqui está meu contato do facebook> https://www.facebook.com/brunno.nunes.10

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