terça-feira, 20 de setembro de 2016
34 anos do lançamento do álbum- Love over Gold.
No dia 20/09/1982, há 34 anos era lançado o mais atmosférico e ousado álbum do Dire Straits, Love Over Gold. 40 minutos e 59 segundos de pura magia envolvida em uma atmosfera musical celestial.
Os quatorze minutos " Telegraph Road " passou a se tornar um favorito no rádio FM em todo o mundo. O álbum alcançou o # 1 na parada de álbuns na Austrália, Áustria, Itália, Nova Zelândia, Noruega e Reino Unido, e # 19 nos Estados Unidos. Love Over Gold mais tarde foi certificado ouro nos Estados Unidos, platina na França e na Alemanha e dupla platina no Canadá e no Reino Unido.
Dois modos drasticamente diferentes dominam esse álbum. forte e ardente (como o relâmpago na capa); outro é suave e sedutor.
Esse aspecto é particularmente explícito em "Private Investigations", uma balada longa e incomum em que Knopfler desempenha um detetive particular endurecido por uma vida de vasculhar a "sujeira" alheia. Ao longo de um jogo de sintetizador discreto, uma borbulhante marimba e um delicado violão, ele resmunga em seu copo de uísque como Bob Dylan em um casaco: "You get to meet all sorts in this line of work, Treachery and treason There's always an excuse for it,". Em seguida, John Illsley soa um aviso tranquilo, com uma linha de baixo perseguindo antes da música eclodir em explosões dramáticas de "tiros" de guitarra e um trágico som tocando pelo piano de Alan Clark. Uma dicotomia entre o amor e a dor.
A meu ver, essa é uma das maiores obra-prima já ofuscada no mundo da música, além da carreira de Knopfler e Dire Straits como banda.
Estamos completando duas décadas do século XXI e poucas coisas no meio musical do começo desse século chegam perto de uma obra prima como essa!
1. "Telegraph Road" 14:20
2. "Private Investigations" 6:47
3. "Industrial Disease" 5:50
4. "Love over Gold" 6:18
5. "It Never Rains" 8:00
Para quem gosta de algo sonoramente refinado, regado de uma distinta elegância é só dar o play e deixar a magia acontecer!
Brunno Nunes.
A imagem do Dire Straits.
Eu fiz uma atualização de um tema que eu havia abordado aqui no blog há mais de dois anos, cujo o título era ("Dire Straits não foi obra exclusiva de Mark Knopfler.") e não estava satisfeito com minha abordagem. Agora venho trazer uma outra abordagem, mais adequada com o que eu realmente queria de debater na ocasião, a fim de trazer mais reflexão a nossa amada e querida banda!
Afinal, quem eram os Dire Straits?
É com essa abordagem, (talvez polêmica para alguns), que venho trazer luz a um aspecto que me inquieta há um bom tempo, a maneira como a mídia trabalhou a imagem do Dire Straits focando 99% na figura de Mark Knopfler.
É fato que ele é o componente mais essencial para o sucesso da banda, pois é o compositor, cantor, guitarrista solo, e líder da banda, um musico completamente diferenciado em sua arte. Mas, quando olhamos para bandas como, Queen, Led Zeppelin, The Police, Rush, Beatles, Pink Floyd, necessariamente não pensamos apenas no vocalista, a maioria das vezes pensamos em mais de um componente dessas bandas, quase que imediatamente e de fato, a julgar pelas entrevistas que tais bandas davam na tv, 90% das ocasiões, seja em uma coletiva de imprensa, ou em programas de entrevistas, a maioria das vezes estava ou a banda completa, ou 50% dessas bandas estavam presentes, curiosamente, não é o caso do Dire Straits, quando a maioria das vezes, a banda era representada apenas por Mark Knopfler, aqui estão alguns exemplos:
LIVE AID 1985: https://www.youtube.com/watch?v=8emrGa-ukGE
(No Late Night with Letterman Sho- 1985, estranhamente ele se apresentou sozinho tocando Expreso Love sem o Dire Straits)
Afinal, quem eram os Dire Straits?
É com essa abordagem, (talvez polêmica para alguns), que venho trazer luz a um aspecto que me inquieta há um bom tempo, a maneira como a mídia trabalhou a imagem do Dire Straits focando 99% na figura de Mark Knopfler.
É fato que ele é o componente mais essencial para o sucesso da banda, pois é o compositor, cantor, guitarrista solo, e líder da banda, um musico completamente diferenciado em sua arte. Mas, quando olhamos para bandas como, Queen, Led Zeppelin, The Police, Rush, Beatles, Pink Floyd, necessariamente não pensamos apenas no vocalista, a maioria das vezes pensamos em mais de um componente dessas bandas, quase que imediatamente e de fato, a julgar pelas entrevistas que tais bandas davam na tv, 90% das ocasiões, seja em uma coletiva de imprensa, ou em programas de entrevistas, a maioria das vezes estava ou a banda completa, ou 50% dessas bandas estavam presentes, curiosamente, não é o caso do Dire Straits, quando a maioria das vezes, a banda era representada apenas por Mark Knopfler, aqui estão alguns exemplos:
LIVE AID 1985: https://www.youtube.com/watch?v=8emrGa-ukGE
(No Late Night with Letterman Sho- 1985, estranhamente ele se apresentou sozinho tocando Expreso Love sem o Dire Straits)
Aqui está o contraponto.
Isso mostra que nesse período inicial da banda, havia uma visão mais em torno de banda, e não como se tornou com o tempo, basicamente como a "banda de apoio" do Mark Knopfler.
Há um aspecto e torno do Dire Straits que se assemelha com a banda Creedence Clearwater Revival, banda que só tinha um compositor, John Fogerty, talvez por isso, que assim como o Creedence é sinônimo de John Fogerty, Dire Straits é sinônimo de Mark Knopfler, assim é para a grande maioria e não vejo como ser diferente, porém, eu não deixo de perceber a importância de determinados membros que passaram pelo Dire Straits e deixaram suas marcas e preciosas contribuições que deram formato ao som da banda, seja em estúdio e principalmente ao vivo, durante as variadas turnês.
É nesse sentido que para mim o Dire Straits
não foi obra única e exclusivamente de Mark Knopfler, não vejo a banda dessa
maneira como muitas pessoas!
O Dire Straits foi uma banda bastante incomum desde sua criação, eles tinham tudo para não darem certo, porém, deram certo e venderam mais do que qualquer banda punk, que era a bola da vez no final dos anos 70.
O Dire Straits foi uma banda bastante incomum desde sua criação, eles tinham tudo para não darem certo, porém, deram certo e venderam mais do que qualquer banda punk, que era a bola da vez no final dos anos 70.
A meu ver, a sonoridade do grupo deve-se não apensas ao talento e genialidade inquestionável de Mark Knopfler, mas sempre percebi que trata-se da junção de outros elementos, se assim não fosse, a carreira solo de Knopfler seria a mesma sonoridade do que foi com o Dire Straits, as configurações existentes dadas as formações da banda, deram emoções e sabores distintos as canções.
A meu ver, a primeira formação da banda é a base de tudo o que o Dire Straits se tornou. O processo de criação musical do grupo, sempre andou de mãos dadas com o toque de músicos notáveis que estiveram na banda. Nos primeiros anos 77/79, existia algo que identifico como a sonoridade muito distinta de todas as fases da banda, o som das fenders, a química no palco dos irmãos Knopfler, a doçura e sutilezas das baquetas de Pick Whiters algo que foi essencial para soar daquela maneira, o segredo estava na unidade e não somente em Mark Knopfler!
Além do líder da banda, sem dúvidas, o músico de maior destaque na formação original é Pick Withers, um baterista único, dono de um estilo singular de tocar bateria, ele tinha
originalidade, sutileza, uma sensibilidade incrível em todas músicas do
Dire Straits que ele tocou. Podemos pensar, além da guitarra de Mark Knoplfer, o que seria de Sultans of Swing em estúdio, sem o contributo de Pick Withers? Quanto ao John, apesare de não ser um baixista extraordinário, a história mostra que ele cumpriu muito bem o seu papel na banda, John e Mark Knopfler formavam um grande time, tanto que
foram até o fim em 92!
Enfim, a ideia de que Dire Straits é Mark Knopfler e Mark Knoplfer é Dire Straits nunca me convenceu em sua forma literal, são propostas musicais completamente diferentes, há toda uma formula (jeito) de se criar canções muito distintas em ambos os víeis, cada um com sua particularidade, contudo, olhando a obra toda, percebe-se claramente que há uma evolução nas composições das letras (tendo em vista a carreira solo), por outro lado, parece haver uma inversão quanto ao quesito (guitarra), como se a mesma perdesse substancialmente ênfase e os holofotes fossem jogados para outros instrumentos, hoje podemos perceber uma flauta muito presente em seus shows, que muitas vezes não funcionam (a meu ver) em determinadas canções como What It Is, (em termos de instrumentação, prefiro as versões da STF tour 2001, violino sim é o casamento perfeito pra esta canção),Telegraph Rod... mas ai já é outra história é um ponto de vista particular!
Não obstante,
Mark Knopfler sempre foi e é a alma do Dire Straits, só que a alma precisa de
um corpo, o corpo foi o conjunto inteiro, cada um dando o melhor de si, e assim
foi como tudo começou!
Penso que na fase inicial do Dire Straits (os dois primeiros álbuns), notadamente foi marcada por uma abordagem mais intimista, a proposta inicial do grupo era inovar a música inglesa, trazer o que tinha de melhor nos guetos londrinos, misturada a uma sonoridade Americana, vide a invasão Americana que influenciou e continua a influência todo o mundo . Sem dúvidas que a influência cultural de Mark traçou os passos subsequentes da banda. A inclusão de alguns instrumentos como sintetizadores, pianos em 1980, saxofone a partir de 83, marcaram um novo salto quântico musical na banda, e isso foi dando a tônica durante a trajetória da banda, basta analisar as evoluções musicais de varias canções e suas transformações durante o tempo de vida da banda, como verdadeiro alquimista em seu castelo chamado Dire Straits, Knopfler elaborou uma obra regada de grande maestria, mas para isso soar como tal, ele não estava só, sempre esteve com os músicos certos para conduzir sua obra. (Nunca se vence uma guerra lutando sozinho. Raul Seixas).
Dessa forma, o Dire Straits teve diversos momentos: 1) Final da década de 70 - funcionava como uma verdadeira unidade; 2) década de 80 - complexificação da obra, com inclusão de instrumentos como teclados, sintetizadores, saxofone, flauta, trazendo novas propostas musicais, presença de bateria eletrônica na BIA 85/86 ; 3) Década de 90 - um universo ainda mais amplo no contexto instrumental, com a entrada de um novo elemento musical, o Lap Steel, além de uma percussão extra, efim, uma banda a favor de uma superprodução, o Dire Straits na altura de sua última turnê mundial era uma banda que se equivaleria a qualquer dinossauro do rock, possivelmente, análogo ao que soava o Led Zeppelin em sua última turnê em 1980.
Outro aspecto que não irei aprofundar, mas apenas trazendo para refletir, não podemos esquecer dos músicos que contribuíram para a grandiosidade da obra da banda, vide os dois últimos álbuns de estúdio, Brothers In Arms:
Omar Hakim – drums
Michael Brecker – tenor saxophone
Randy Brecker – trumpet
Malcolm Duncan – tenor saxophone
Neil Jason – bass on "One World", "Your Latest Trick" and fretless bass on "Why Worry"
Tony Levin – bass
Jimmy Maelen – percussion
Michael Mainieri – vibraphone
Dave Plews – trumpet
Sting – backing vocals
On Every Street:
Danny Cummings – percussion
Paul Franklin – pedal steel guitar, acoustic lap steel
Vince Gill – guitar, backing vocals
Manu Katché – percussion, drums
George Martin – conductor, string arrangements
Phil Palmer – guitar
Jeff Porcaro – drums, percussion
Penso que na fase inicial do Dire Straits (os dois primeiros álbuns), notadamente foi marcada por uma abordagem mais intimista, a proposta inicial do grupo era inovar a música inglesa, trazer o que tinha de melhor nos guetos londrinos, misturada a uma sonoridade Americana, vide a invasão Americana que influenciou e continua a influência todo o mundo . Sem dúvidas que a influência cultural de Mark traçou os passos subsequentes da banda. A inclusão de alguns instrumentos como sintetizadores, pianos em 1980, saxofone a partir de 83, marcaram um novo salto quântico musical na banda, e isso foi dando a tônica durante a trajetória da banda, basta analisar as evoluções musicais de varias canções e suas transformações durante o tempo de vida da banda, como verdadeiro alquimista em seu castelo chamado Dire Straits, Knopfler elaborou uma obra regada de grande maestria, mas para isso soar como tal, ele não estava só, sempre esteve com os músicos certos para conduzir sua obra. (Nunca se vence uma guerra lutando sozinho. Raul Seixas).
Dessa forma, o Dire Straits teve diversos momentos: 1) Final da década de 70 - funcionava como uma verdadeira unidade; 2) década de 80 - complexificação da obra, com inclusão de instrumentos como teclados, sintetizadores, saxofone, flauta, trazendo novas propostas musicais, presença de bateria eletrônica na BIA 85/86 ; 3) Década de 90 - um universo ainda mais amplo no contexto instrumental, com a entrada de um novo elemento musical, o Lap Steel, além de uma percussão extra, efim, uma banda a favor de uma superprodução, o Dire Straits na altura de sua última turnê mundial era uma banda que se equivaleria a qualquer dinossauro do rock, possivelmente, análogo ao que soava o Led Zeppelin em sua última turnê em 1980.
Outro aspecto que não irei aprofundar, mas apenas trazendo para refletir, não podemos esquecer dos músicos que contribuíram para a grandiosidade da obra da banda, vide os dois últimos álbuns de estúdio, Brothers In Arms:
Omar Hakim – drums
Michael Brecker – tenor saxophone
Randy Brecker – trumpet
Malcolm Duncan – tenor saxophone
Neil Jason – bass on "One World", "Your Latest Trick" and fretless bass on "Why Worry"
Tony Levin – bass
Jimmy Maelen – percussion
Michael Mainieri – vibraphone
Dave Plews – trumpet
Sting – backing vocals
On Every Street:
Danny Cummings – percussion
Paul Franklin – pedal steel guitar, acoustic lap steel
Vince Gill – guitar, backing vocals
Manu Katché – percussion, drums
George Martin – conductor, string arrangements
Phil Palmer – guitar
Jeff Porcaro – drums, percussion
Ao fã desatento, admira-lhe o fato de Sultans of Swing e On Every Street pertencer a mesma banda e isso se deu, fundamentalmente pela marcante metamorfose sonora que a banda sofreu com a perda de David, bem como as passagens dos bateristas, Pick e Terry, (que ambos dão sentidos e sabores muito distinto as canções). Não podemos nos esquecer do homem dos teclados e Pianos e sintetizadores, Alan Clark, que vem definir de forma substancial o som da Dire Straits. Quem acompanhou o trabalho solo de Knopfler, sabe que a temática foi gradativamente mudando com o passar do tempo, Mark quase nunca escreve letras e nem tão pouco melodias no estilo inconfundível do Dire Straits, a mais perto que fez (propositalmente) foi What it Is, para além, Beryl, é certo que há alguns lampejos, o fato é que os “ecos” mais abundantes do DS em sua carreira solo estão no Golden Heart evidentemente, afinal, é seu primeiro álbum solo, além do maravilhoso Sailling to Philadelphia
Outro ponto de vista, referente ao tópico, é que no Dire Straits, determinadas músicas possuem algo que remete a personalidade de algum membro ou momentos onde eles se destacam.
Por Exemplo:
(Walk Of Life, Two Young Lovers, Wild West End)=
Jack Sonni, basta assistir o clip de Walk of Life ou ver as brincadeiras que
Mark tira com ele no show em Sidney 86, quem conhece bootlegs da BIA tour, sabe que ele também tem um protagonismo através de um solo com bastante improvisação no final da canção Wild West End.)
(Solid
Rock, Expresso Love, SOS, Twistting by the Pool, MFN) = Terry Williams, a força do Rock and Roll e energia que ele traz, algo que muda a dinâmica significativamente as canções)
(Your Latest Trick, Romeo and Juliet, Planet of New Orleans, On Every Street)= Chris White, com um sax impecável, trazendo ares mais sofisticados para essas canções.
(Wild West End, Down to the Waterline, Lions, Once Upon a time in the West, SOS, Single Handed Sailor)= David Knopfler, em tudo que ele tocou sempre teve uma base rítmica sólida, um groove marcante, uma verdadeira guitarra rítmica, basta assistir o Rockpalast 79 ou ouvir o Bootleg New York 79.)
(Sultans of Swing, Water Of Love, Setting me Up, Once Upon a time the West, Skateaway...= Pick Withers, com seu ritmo e swing incrível, sem ele, o Dire Straits seria bem diferente,como de fato foi, basta ver a transformação que houve com a entrada do segundo baterista.
O álbum Love Over Gold inteiro tem a assinatura melódica de Alan Clark, ele tem o mesmo dom de Knopfler em colocar a nota certa, no lugar certo, uma incrível sensibilidade de dar a canção exatamente o que ela pede. Canções ao vivo como Expresso Love, Tunnel Of Love, Romeo and Juliet, ao vivo ou em estúdio como, Telegraph Road, Brothers in Arms, On Every Street, Why Worry são verdadeiros standart com sua assinatura melódica.
(Calling Elvis, You And Your Friend, On Every Street)= Paul Franklin com seu Pedal Steel Guitar mostrou porque em vários momentos durante sua passagem na banda, essas músicas jamais seriam as mesmas sem ele.
(É evidente que esses exemplos são subjetivos e nada impede de alguém ouvir qualquer uma dessas canções e remeter há algum outro membro, o fato é que a primeira pessoa de cada canção é o próprio Knopfler, líder, compositor, cantor e guitarrista solo).
Não
vejo esses aspectos de forma evidente e marcante na carreira solo, e olha que segundo o próprio
Mark, os músicos que o acompanham em carreira solo, têm mais liberdade para por
sua identidade sonora do que nos tempos do Dire Straits, talvez isso deva-se ao
fato (CARISMA). Não foi a toa que Mark levou apenas o Guy Fletcher para sua carreira solo, a presença de qualquer um desses músicas, jamais faria com que Mark rompesse com a imagem e sonoridade Straitana, especialmente com a presença de Alan Clark, basicamente seu diretor artístico em muitas ocasiões.
Brunno Nunes.
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