segunda-feira, 30 de julho de 2012

David Knopfler - When the rain stops



Mais uma que fala de chuva.

Enquanto não chove a segunda parte da análise de It Never Rains, aqui está uma linda canção de David Knopfler (uma das mais lindas dele, em minha opinião), de 1984, dois anos depois de It Never Rains.

Quando eu vejo um vídeo desse, só imagino esse cara no lugar do Guy Fletcher no DS alternando entre a guitarra e no piano, A Dream!
Apenas um aperitivo, um Knopfler, apreciem!!! ^^

Brunno Nunes.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Análise musical- It Never Rains









Aproximamo-nos de Agosto de 2012, véspera do trigésimo aniversário do lançamento do quarto álbum de estúdio do Dire Straits- Love Over Gold.

 Este álbum tem seu brilho e grandeza cristalizado na qualidade, sobretudo, no melhor sentido da palavra ousadia. Antecessor do aclamado e multiplatinado Brothers in Arms, o álbum Love Over Gold contém apenas cinco canções, mas o bastante para estarem no mínimo à altura de qualquer trabalho realizado pela banda, antes ou depois do LOG, a arte contida neste álbum possui um brilho que está acima do ouro.

Não obstante, foi um momento oportuno para a realização de uma análise musical de uma linda e grandiosa canção. Empoeirada e esquecida pelo seu criador, consequentemente, não é uma muito comentada entre uma considerável parte dos fãs da banda, ela foi uma das canções menos tocada ao vivo do Dire Straits e é justamente nela que irei fazer uma jornada, na qual convido todos vocês.

Como diz aquele ditado, "é devagar que se chega lá", foi dessa forma que aqui cheguei. De férias da faculdade, aqui estou, e dessa vez, trazendo uma análise musical desejada por muitos fãs, inclusive por mim.

O que será apresentado nas linhas abaixo é algo que jamais alguém ousou penetrar com profundidade e publicar, é fruto de uma pesquisa séria ao longo de alguns meses, onde me cerquei de todas as informações que eu dispunha em meu acervo, e muita pesquisa externa, contudo, foi no ato de traduzir esta canção, junto com minha querida amiga Knopfleriana, Greice Feital, que muita coisa interessante aconteceu e se conectou, fazendo dessa canção ainda mais especial para mim, e para Greice, espero que o mesmo ocorra com você, leitor e seguidor do Blog Universo Dire Straits.

Gostaria de dedicar esta análise a todos os fãs, em especial aos fãs que foram além das coletâneas, aqueles que sabem detectar uma pérola negra, a todos os meus amigos(as) Knopflerianos(as) do Brasil e do mundo.


Introdução:

A canção que encerra o álbum mais ousado do Dire Straits (em minha opinião), Love Over Gold, é sem dúvida alguma uma perola negra dentro de toda obra StraitKnopflerina. De rara beleza, (como de costume em se tratando de uma canção escrita por Knopfler), It Never Rains é uma canção injustiçada, que curiosamente passa despercebida por boa parte dos que apreciam o som da banda, entretanto, muito querida e falada entre os fãs mais assíduos, mas apesar de toda beleza presente nesta canção, há algo que é unânime entre os fãs de carteirinha: It Never Rains é uma canção “obscura”, sobretudo, sua letra.

 Do que ou quem esta canção fala? Qual sua inspiração? O que está por trás de certos trechos metafóricos, subentendidos? Somando ao fato de ser uma canção com uma letra extensa, tudo isso traz um ar de “obscuridade” para a canção em questão o e são justamente esses aspectos que irei tentar trazer luz, em uma abordagem aprofundada, regada de detalhes, nuances, fatores que vão além de um simples olhar, vamos mergulhar e ver o que podemos encontrar dentro de It Never Rains.

Consideremos que uma canção é apenas um pensamento, nada mais. Por um breve instante, ela consegue capturar um momento passageiro. É o que se espera de uma canção, que ela consiga ser o suficientemente heróica para dar a ilusão de deter o tempo. Só para aquele pensamento. Ouvir uma canção é ouvir o pensamento de alguém, pouco importa o que ela descreva, não obstante, observem que existem várias canções do o Dire Straits, como da carreira solo de Knopfler que se baseiam sempre em idéias: Ao ouvir os reparos de um lojista acerca das estrelas da MTV, Knopfler escreveu «Money for Nothing». «Calling Elvis» inspirada em numa frase do cunhado, “quando tento  telefonar para sua mulher, parece que estou a ligar para Elvis”.. Outras que possuem pitadas de um certo desdém, ironia ou deboche como em, The Last Laugh, Everybody Pays, Devil Baby», em tom irónico, descreve os tristes espetáculos dos reality shows de Jerry Springer. Há ainda aquelas que expressam desprezo sobre certas atitudes e certos tipos de pessoas, Rudiger, (sobre um fã fanático, colecionador de autografos) Industrial Disease, Posters Badges Stickers, Communique, El Macho. Lady Writer, Where Do You Think You Are Going e Romeo and Juliet, que também remetem para relações pessoais, não é diferente em It Never Rains

 Muitas outras canções conhecidas trazem figuras públicas, então elas são mais fáceis de decifrar, não por acaso, os Estados Unidos sempre fascinaram os músicos a vários níveis. Porém, Mark observa o país a três dimensões. Nem Ray Kroc – fundador da McDonalds – escapa à ironia de Knopfler, que lhe dedicou «Boom Like That», equiparando-o a um crocodilo… Em «Don’t Crash the Ambulance», Knopfler imagina vários conselhos que Bush pai terá dado a Bush filho, elaborando uma crítica sarcástica à agressiva política externa da presidência e à intervenção no Iraque:
“We don’t like accidents/Major or minor/You don’t want yourself an incident/don’t ever invade China.” Na voz de Bush pai, afirma: “You can’t move the barriers/You can’t mess with oil and gas/Had to go down there/Stick a couple/Aircraft carriers/In his ass…”

Já escreveu sobre dois paparazzi em «Vic and Ray», sobre as mulheres viciadas em compras em «Imelda», ou sobre os excessos dos “roadies” em «Heavy Fuel». Descreveu o West End londrino, e relatou “um penoso espetáculo de cabaret gay” em Munique, no tema «Les Boys». Muito do álbum On Every Street, que marcou o regresso dos Dire Straits em 91, é negro e opressivo, o que se deve à fase terminal do seu segundo casamento.
«Ticket to Heaven» é uma crítica mordaz aos evangelistas televisivos, enquanto Em «Iron Hand», a “mão de ferro” remete para “dama de ferro”. O tema é resultado de mais uma reflexão. Ao assistir, na TV, à carga violenta das tropas montadas a manifestantes, na greve dos mineradores durante o governo de Margaret Thatcher, Knopfler lembrou-se da época medieval e concluiu que o Homem não mudou muito.

Mas enquanto a It Never Rains? Bom, eu dirá que o mais sutil de se perceber nesta canção é olharmos por certo ângulo, e perceber que há um recado para alguém. A seguir, vocês vão perceber que diferentemente das outras canções, essa é uma canção complexa e foi um verdadeiro desafio realizar uma análise musical sobre ela.

Vamos à letra:




(Versão original- estúdio)

It Never Rains

I hear the Seven Deadly Sins
And the Terrible Twins came to call on you
The bigger they are babe
The harder they fall on you
And you you're always the same you persevere
On the same old pleasure ground
Oh and it never rains around here
It just comes pouring down

You had no more volunteers
So you got profiteers for to help you out
With friends like that babe
Good friends you had to do without
And now they're taken the chains and the gears
From off your merry-go-round
Oh and it never rains around here
It just comes pouring down

And your new Romeo
Was just a gigolo when he let you down
See the faster they are babe
The faster they get out of town
Leaving make up stains and the tears
Of a clown
Yes and it never rains around here
It just comes pouring down

Oh you were just a roller coaster memory
I don't know why I was even passing through
I saw you making a date with Destiny
When he came around here asking after you
In the shadow of the Wheel Of Fortune
You're busy trying to clear your name
You say ' I may be guilty yeah that may be true
But I'd be lying if I said I was to blame
See we could have been major contenders
We never got no money no breaks '
You're got a list of all the major offenders
You got a list of all their major mistakes
And he's just standing in the shadows
Yes and you smile that come-on smile
Oh I can still hear you say as clear as the day
' I'd like to make it worth your while '

Ah but it's sad reminder
When your organ grinder has to come to you for rent
And all you've got to give him
Is the use of your side-show tent
Yes and that's all that remains of the years
Spent doing the rounds
And I never rains around here
Well it just comes pouring down

Now you know what they say about beggars
You can't complain about the rules
You know what they are about beggars
You know who's the first to blame his tools
You never gave a damn about who you pick up
And leave laying bleeding on the ground

You screw people over on the way up
Because you thought that you were never coming down
And he takes you out in Vaudeville Valley
With his hand up smothering your screams
And he screws you down in Tin Pan Alley
In the city of a billion dreams


E Nunca Chove

Eu ouço os Sete Pecados Capitais
E as terríveis gêmeas vieram chamar por você
Quão grande elas são querida
Duramente elas caem sobre você
E você, você é sempre a mesma, você preservar
No mesmo velho prazeroso chão
Oh e nunca chove por aqui
Apenas desaba

Você não tem mais voluntários
Então você tem aproveitadores para lhe ajudar   
Com amigos como esses, querida
Amigos tão "bons" que te deixaram de fora
E agora eles tomaram as rédeas
Do seu carrossel
E nunca chove por aqui
Apenas desaba.

E seu novo Romeu
Era apenas um gigolô quando ele te decepcionou
Veja quão rápidos eles são baby
A rapidez que eles saem da cidade
Deixando maquiagens borradas e as lagrimas de uma palhaça
Sim e nunca chove por aqui
Apenas desaba

Você só foi uma memória montanha russa (altos e baixos)
Eu não sei porque eu estava passando por isso
Eu vejo você marcando um encontro com o destino
Quando ele veio aqui perguntar por você
Na sombra da roda da fortuna
Você está ocupada tentando limpar seu nome
Você diz ‘ Eu talvez possa ser culpada. Sim, talvez seja verdade
Mas eu estaria mentindo se eu dissesse que sou culpada     
Veja, nós poderíamos ter sido maiores rivais
Nós nunca tivemos dinheiro nem pausas’ (limites ou por causa do oficio deles)
Você tem uma lista de todos os maiores ofensores
Você tem uma lista de todos os seus maiores erros
E eles apenas permanecem nas sombras
Sim e você sorri, isso, vamos lá sorria                                      
Oh, eu ainda posso ouvir você dizer tão claro como o dia
"Eu gostaria de fazer valer a pena ‘’

Ah mas é uma lembrança triste
Quando seu realejo tem que vir para você alugá-lo
E tudo que você tem para dá-lo
É o uso de sua tenda de circo
Sim e isso é tudo o que sobrou dos anos
Gastos desperdiçados
E nunca chove por aqui
Bem, apenas desaba

Agora você sabe o que eles dizem sobre mendigos
Você não pode reclamar das regras
Você sabe o que eles dizem sobre mendigos
Você sabe quem culpar primeiro pelas suas atitudes
Você nunca deu a mínima pra quem você pegou (“deu a mão”, “levantou”)
E deixa deitado sangrando no chão
Você maltrata as pessoas para se sentir superior
(ou para se dar bem)
Porque você achou que nunca cairia.
E ele leva você para o Vale de Valdeville
Com suas mãos sufocando seus gritos
E ele te ferra em Tin Pan Alley
Na cidade de bilhões de sonhos.

(Tradução: Brunno Nunes e Greice Feital)



Dire Straits - It Never Rains - [Sheffield '82] 


(Introdução a análise)

Devo citar que compreendo essa canção em níveis co-relacionados, os quais irei apresentar, dividindo-os em duas esferas:
Influências externas X Pessoal

O sentimento contido em INR tem sua gênese na canção Solid Rock, ambas carregam um sentimento parecido, embora, musicalmente sejam bastante distintas.

Curiosamente, uma das bases da canção INR vem de uma Ópera famosa, fato que irei explicar a seguir, mas é válido mencionar que isso está relacionado ao que chamo de nível das Influências externas e se mistura ao que já estava contido em Solid Rock, em outras canções como Love over Gold, Romeo and Juliet e mais algumas que acredito que possa surpreender alguns fãs, fato que irei abordar em outro momento nesta análise, essa segunda relação esta sujeita ao que chamo de nível Pessoal.

Antes de adentrar na análise é interessante citar que It Never Rains, assim como Romeo and Juliet e Love Over Gold parecem formar uma trilogia de um mesmo romance, fruto do rompimento de uma relação que Mark teve com uma Holly Vincent.

Holly tinha uma banda chamada- Holly And The Italians, foi uma banda new wave/powerpop/punk pop formada em Los Angeles em 1978 por Holly Beth Vincent (guitarra, voz, composições), Mark Sidgwick (baixo) e Steve Young (bateria).
Em pouco tempo eles todos migraram para a Inglaterra onde começaram a fazer o circuito de pubs. Com muita sorte conseguiram fazer shows abrindo para o Blondie, o que proporcionou a eles a primeira oportunidade de gravar.
Curiosamente os manages do Dire Straits, Paul Comings e Ed Bicknnel eram empresários da banda dela e certamente foi nesse mesmo período, em 1978 que Mark deve ter conhecido Holly, não obstante, ela terminou a relação por telefone em plena turnê do Communique, especificamente na segunda turnê americana, em setembro de 1979. É sabido, vide biografia autorizada pela banda, que toda a circunstâncias deixou Mark arrasado.

Holly acabou com a banda logo no ano seguinte e começou uma carreira solo logo em 1982, usando o nome de Holly Beth Vincent.

Não podia deixar de citar esses fatos, pois são fundamentais para melhor compreensão da análise.




 É fundamental fazer uso da sensibilidade para poder captar aquilo que está subentendido nesta canção, em meio a metáforas que podem nos deixar perdidos.


Análise:

No tocante ao nível- Influências externas, ele surge logo na frase que inicia INR. A primeira frase nos leva além do que podemos enxergar aparentemente na letra, pois Seven Deadly Sins trata-se de uma ópera, cuja autoria do compositor alemão Kurt Weill e escritor e dramaturgo, também alemão, Brecht
Neste ponto, encontramos a chave que irá nos ajuda a desvendar o que estar subentendido na canção.    
Para maior esclarecimento, irei apresentar duas sinopses sobre esta ópera para maior compreensão:


Sinopse-I

Os Sete Pecados Capitais conta a história de duas irmãs, Anna I e Anna II.
Anna I, a cantora, é a voz principal. Sua irmã Anna II, a dançarina, não é ouvida freqüentemente, e as letras sugerem a possibilidade de que eles são a mesma pessoa: "Para transmitir a ambivalência inerente ao" pecador ", Brecht divide a personalidade de Anna em Anna I, cínica com um sentido prático e de consciência,
e Anna II, o emocional, a beleza artística, impulsivo, o produto vendável com um coração demasiado humano ".
"A Família", um quarteto masculino, funciona como o coro grego. Ambas as irmãs partiram às margens do Mississipi, em Louisiana para encontrar a sua fortuna nas grandes cidades, e para enviar dinheiro a seus familiares para construir uma pequena casa no rio. Após o prólogo, em que Anna I introduz as irmãs e os seus planos, sete cenas são dedicadas aos sete pecados mortais, cada um praticado em uma cidade diferente americana:
Os sete pecados capitais da ópera são:
Sloth (city not mentioned)
Pride (Memphis)
Wrath (Los Angeles)
Gluttony (Philadelphia)
Lust (Boston)
Greed (Tennessee, in posthumous versions Baltimore)                                                                          
Envy (San Francisco)

 
(A Família)


(Anna I e Anna II)

  Sinopse-II

O libreto de Os Sete Pecados Capitais mostra as agruras de duas irmãs, Ana I e Ana II, que saem da cidade de Louisiania para buscar meios de construir uma casa nova para sua família. Uma é bonita, meio louca, sensível. A outra, Ana II, é prática. Ambas saem em busca de dinheiro para mandar aos pais e irmãos, até que a nova casa esteja pronta. Passam por sete cidades diferentes. Em cada um delas, destaca-se um pecado capital.

"Será que são mesmo duas ou uma única com diferentes aspectos de personalidade? As duas leituras são possíveis", comenta Pareja. "Aliás, a ópera propicia muitas leituras. Para mim, é a história de uma família que explora suas filhas. Por isso retrato a família de uma forma até meio patética, vestida em sacos de estopa, como rebotalho, lixo mesmo."


A exploração é mesmo o fio condutor da história. O primeiro pecado a aparecer é o da preguiça. Ana I convence Ana II a ajudá-la a tirar dinheiro de homens enganados por golpes. Ana II trabalha a estratégia criada pela irmã até dormir exausta no banco de um parque. Aí entra o coro, pais e irmãos, preocupados com a possível "preguiça" de Ana, que deve obedecer aos pais, trabalhar para eles e não se entregar à "mãe de todos os vícios". 

(Anna II) 

Como Chico Buarque na canção em que inverte os ditos populares em frases como "devagar é que não se vai longe", Brecht mostra que os exploradores podem ameaçar com o pecado da "soberba" para manipular a desejada "humildade" dos explorados. Da mesma forma a saudável indignação contra os opressores transforma-se, no discurso dos fortes, em "pecado da ira".


(Anna I e Anna II)

Vocês poderão perceber que é justamente sobre esta ópera que Mark está se referindo no início da canção. Provavelmente, Knopfler enxerga na ópera coisas que ele vivenciou em sua relação com Holly.  A ambivalência é ponto chave para explicar o aspecto da personalidade de Holly. Ora, ambivalência é o estado da pessoa em que se sente atraída por dois impulsos de sentido oposto, ficando na indecisão de seguir este ou aquele. Ambos lhe apetecem e, como são opostos em sua dinâmica e naquilo que oferecem o sujeito não consegue satisfazê-los concomitantemente. Entretanto, deixa-o num constante estado de tenso e indecisão, dividido em si mesmo, prejudicando-se visivelmente no que faz e no que se propõe assumir e realizar.

Na frase seguinte, “E as terríveis gêmeas vieram chamar por você”

Nessa frase Mark começa fazendo alusão as personagens dessa ópera, Ana I e Ana II. Aqui, Mark as retrata como terríveis por causa do comportamento malicioso delas, trata-se da dualidade e conflito de personalidade de Ana. Quando Mark diz: Eu ouvi Os Sete pecados captais é como se ele dissesse- “eu já conheço essa história”.

No fim da primeira estrofe encontramos a frase

“Oh e nunca chove por aqui
Apenas desaba”

Esse é o lamento de quem semeou vento e agora está colhendo tempestade e os dissabores da vida que chegam com o tempo para quem comete tais atitudes. É como uma “avalanche” que vai desabando na vida.
Está claro que não é o Mark que está lamentando aqui, esse lamento é da Holly, ela é a personagem retratada nesta canção no nível pessoal.

A segunda Estrofe

Você não tem mais voluntários
Então você tem aproveitadores para lhe ajudar

Percebam que Mark esta tentando demonstrar ironicamente que ela perdeu alguém que a ajudava sem segundas intenções e que ela não estava mais cercada de boas pessoas. Fazendo ligação com a ópera, encontramos uma situação semelhante no momento em que a Luxuria é representada pelas irmãs Ana I e II, que vão para a cidade de Boston onde Ana II conhece um homem chamado Edward, este homem mantém financeiramente Ana II, ele a ama, Ana II não ama Edward, ela só usufrui dos benefícios que ele oferece.

(Ver o prólogo)*

Mais uma vez Mark está sendo irônico ao citar que ela não tem mais voluntários, tem aproveitadores.


Em seguida

Com amigos como esses, querida
Amigos tão "bons" que te deixaram de fora
E agora eles tomaram as rédeas
Do seu carrossel

Mark acrescenta que essas pessoas que se apresentam como amigos só estão piorando a situação. Agora essas pessoas querem manipular e controlar a vida dela, esse carrossel simboliza a vida. Ou seja, Mark quer dizer que ela no final não teve a ajuda que precisava, ela teve que se virar sozinha, porque as pessoas que se aproximavam só queriam manipular e controlar a vida dela.

Terceira estrofe:

E seu novo Romeu
Era apenas um gigolô quando ele te decepcionou

Aqui Mark já faz uma ligação com a vida dele, esse nome Romeu não aparece aqui por acaso, já na ópera esse personagem se chama Fernando (o gigolô) que é sustentado por Ana II que era uma prostituta e dançarina de cabaré.
Esse trecho tem que se considerarem dois aspectos, o ponto de vista da ópera e o pessoal, os dois se relacionam.
(Ver o prólogo)*


Veja quão rápidos eles são baby
A rapidez que eles saem da cidade
Deixando maquiagens borradas e as lagrimas de uma palhaço

Nos versos acima, Mark faz alusão a quão passageiras são as pessoas na vida dela, ou está falando da rapidez com que as pessoas se afastam dela. “Deixando a maquiagem borrada e as lagrimas de um palhaço”, nesse caso a Holly, essa frase é apenas uma metáfora para descrever a situação em que ela se encontrava.
  
É interessante notar que em seguida aparece uma afirmação (Sim e nunca chove por aqui, Apenas desaba)

Observem a palavra sim, antes de It Never Rains nos mostra que ela esta se convencendo enxergando claramente o que esta ocorrendo na vida dela. Em outras palavras, agora não resta mais duvidas para ela (sim e nunca chove...) porque daqui pra frente a historia toma um novo rumo, cria-se uma nova atmosfera, começa brandamente, mas a partir daqui, vejo como o inicio de uma tempestade que vai se formando, é chegada a hora das conseqüências

 O trecho a seguir, pela primeira vez Mark vai citar na canção alguns versos em primeira pessoa. É interessante perceber que na medida em que a canção ganha um tom mais pessoal, imediatamente ocorre uma mudança na melodia, que vai ganhando outra atmosfera, mais densa. Fiquem atentos para alguns detalhes que iram surgir nos versos a seguir.
Não obstante, é válido citar que praticamente toda estrofe a seguir (a mais longa na canção) está no nível pessoal, não entrelaça muito com o nível influências externas, como a Ópera Seven Deadly Sins.

Você só foi uma memória montanha russa (altos e baixos)
Eu não sei porque eu estava passando por isso
Eu vejo você marcando um encontro com o destino
Quando ele veio aqui perguntar por você

Aqui parece ser o momento do acerto de contas, como se Mark estivesse dizendo que esteve de frente com o destino que veio perguntando por ela, como se ele estivesse à frente enxergando o que aconteceria.
Posso notar claramente que essa frase remete aos oráculos, a metáfora de vê-la marcando um encontro com o destino, pode sugerir que o Mark tenha tido contato com taro. A frase “Quando ele veio aqui perguntar por você” enfatiza essa possibilidade.

Na sombra da roda da fortuna
Você está ocupada tentando limpar seu nome

Em seguida, esse clima fica mais evidente quando ele menciona a roda da fortuna, décima carta do taro, contudo, ele cita sombra, mas vejo isso como o aspecto negativo desta carta, que curiosamente vai sendo apresentando no decorrer da canção deste ponto em diante.

Alguns dos significados desta carta:
Também conhecido como Chance, esta carta de Tarô sugere uma mudança de circunstâncias que também irá trazer uma mudança de fortuna. Os seres humanos não têm controle sobre seu destino. A roda pode girar para trás, ou pode avançar. a roda é um símbolo de sorte que leva os homens ao auge de suas vidas e assim como o topo de montanhas são alcançadas, elas também devem descer o outro lado. Portanto esta é a carta de destino, A mão do destino gira a roda no Tarô. O destino da pessoa está prestes a ser alterado e deve estar certo de aproveitar as condições atualmente sendo apresentado a eles, então as coisas devem funcionar em seu favor. 

Entretanto, Mark ressaltado o aspecto negativo desta carta, que é justamente o contrario de todo significado positivo citado acima. A razão pela qual ela estava ocupada tentando limpar seu nome, certamente uma tentativa de fazer com que as coisas funcionassem a favor dela, pois na altura, as coisas estavam desandando para ela.


Você diz ‘ Eu talvez possa ser culpada. Sim, talvez seja verdade
Mas eu estaria mentindo se eu dissesse que sou culpada                       
Veja, nós poderíamos ter sido maiores rivais
Nós nunca tivemos dinheiro nem pausas’ (limites ou por causa do oficio deles)

Nessa parte é bastante interessante notar que não é o Mark falando para Holly e sim Holly dizendo a Mark, quase admitindo uma culpa, porem, ainda resistente. Ao que tudo indica, são vestígios de uma é uma discussão entre os dois em alguma ocasião.
Ela justifica as atitudes dela com base na desculpa de nunca ter dinheiro nem pausas, podemos conjecturar que ela terminou a relação por causa desses motivos fúteis.
 Será que Holly só queria uma desculpa pra sair da relação porque certamente já tinha outro, e como Mark estava em plena tour do comunique foi cômodo ela argumentar dessa forma, tirando o corpo fora? Contrapondo o argumento dela, em seguida, Mark vai citar que ela tem uma lista de todos os maiores ofensores e erros e que esses erros estão escondidos na escuridão

Você tem uma lista de todos os maiores ofensores
Você tem uma lista de todos os seus maiores erros
E eles apenas permanecem nas sombras                                                      
Sim e você sorri, isso, vamos lá sorria                                                              
Oh, eu ainda posso ouvir você dizer tão claro como o dia
"Eu gostaria de fazer valer a pena ‘’

Compreendo que Mark quer dizer é que ela enxerga os erros dele, mas não os dela, por que os dela estão escondidos nas sombras e como ela tenta se esconder atrás de um falso sorriso, Mark ainda desafia Holly a sorrir agora diante de seus erros e defeitos e em seguida, como se ele soubesse que um dia ela iria se arrepender, um golpe duro, “Oh, eu ainda posso ouvir você dizer tão claro como o dia, Eu gostaria de fazer valer à pena ‘’, certamente aproveitando uma frase que ela algum dia talvez tenha falado a ele ou que tenha chegado ao seu conhecimento e ele tenha jogando na cara dela, como um-> “agora é muito tarde pra voltar atrás”... porque em seguida ele cita

Ah mas é uma lembrança triste
Quando seu realejo tem que vir para você alugá-lo
E tudo que você tem para dá-lo
É o uso de sua tenda de circo
Sim e isso é tudo o que sobrou dos anos
Gastos desperdiçados
E nunca chove por aqui
Bem, apenas desaba

O trecho acima ele deixa claro que é uma triste lembrança, uma vez que ela dar tudo de si para um homem que não a valoriza.                                                                     
Mark faz uso do termo Organ grinder como uma metáfora, pois, Aproveitadores, Novo Romeo, gigolô, Organ Grinder são termos que ressaltam as características de um mesmo homem e o mais interessante disso é que está diretamente ligado ao que chamo de nível das influências externas, pois na sinopse da Ópera Seven Deadly Sins encontramos um caso que se assemelha muito a essa situação presente na canção, especificamente no pecado da Luxuria, onde Ana II é mantida por Edward, no entanto não o ama, ama outro homem pobre chamado Fernando e com o dinheiro de Edward sustenta esse outro homem.
Em um trecho da ópera diz que Ana II paga por ele porque ela o ama.
Por isso Mark diz lá atrás na letra> Você não tem mais voluntários, você tem aproveitadores, e ainda diz> seu novo Romeo era apenas um gigolô quando ele te decepcionou.

Ele se refere a esse gigolô como sua caixinha de música, ou seja, seu objeto, que vem até você para você o alugar.

Em outras palavras, uma vez que Ana II dá dinheiro a Fernando, ele se torna um objeto dela (Organ Grinder ou Caixinha de musica) que ela possui pelo fato de pagar por ele, e isso não quer dizer que ele está ali por ele à ama.
A meu ver, Mark escreveu essa canção com base nesta ópera, porque enxergou na ópera coisas que ele viveu com Holly, sendo assim, a conjuntura é a mesma ou semelhante, Holly tinha um Organ Grinder, um novo Romeo, no entanto, não sabemos quem seria o “Fernando” da Holly, porém, Edward da ópera podemos deduzir com facilidade que é o Mark Knopfler, tendo em vista trechos de Solid Rock, onde Knopfler nos deixou pistas preciosas para esse momento da canção INR, observem isso:

Because the heart that you break
That's the one that tou rely on
The bed that you make
That's the one you gotta lie on
When you point you fingers cos you plan fell through
You got three more fingers pointing back at you

Porque o coração que você partiu
É o que você conta (no sentido de precisar)
A cama que você faz
É a cama que você vai deitar
Quando você aponta    seu dedo é porque seus planos foram por água abaixo                       
Você tem mais três dedos apontados de volta pra você 


(Anna I e Anna II)

Como havia citado antes, na ópera, Edward ajuda financeiramente Anna II, entretanto, na esfera pessoal, não arrisco afirmar que Mark fazia o mesmo em relação a ajudar Holly financeiramente, mas ele demonstra que exercia algum tipo de ajuda para com ela> Porque o coração que você partiu, É o que você conta (no sentido de precisar).

Então, no trecho> “E tudo que você tem para dá-lo É o uso de sua tenda de circo”, faz parecer que é uso do corpo dela, e em seguida, Mark faz uma reflexão de que sobraram apenas problemas e dividas com a vida e finalmente no refrão, ele destaca o acerto de contas, os dissabores na vida de quem não tem caráter.           Podemos enxergar a Holly através do olhar do Mark, que se reflete na Anna II, personagem da Ópera, Anna II e Holly se refletem uma na outra.

É interessante notar que nesta estrofe a canção volta aos acordes iniciais, só que de uma maneira mais intensa, o efeito provocado pelo órgão hamond  de Alan Clark após a frase “When your organ grinder has to come to you for rent” é bastante oportuno e muito bonito, causa um efeito melodramático, já que este termo distingue uma forma ou estilo musical, algo presente na opera. Mais um elemento da ópera que Knoplfer com ajuda fundamental de Alan Clark souberam trazer de maneira muito sensível para a canção.


A última estrofe- o grand finale

Agora você sabe o que eles dizem sobre mendigos
Você não pode reclamar das regras
Você sabe o que eles dizem sobre mendigos



Durante muito tempo, está parte foi um mistério pra mim, havia uma sensação de vazio, pois não compreendia a razão da citação dos mendigos na canção. Contudo, ao me colocar na missão desta análise, acabei descobrindo que existe outra ópera do mesmo autor, chama-se- A Ópera dos Três Vinténs, que é uma adaptação da Ópera musical The Baggar’s Opera (A Opera dos mendigos), de John Gay, e curiosamente inspirou Ópera do Malandro, filme dirigido por Ruy Guerra e peça, com música de Chico Buarque.
Com base na leitura de textos sobre a Ópera dos Três Vinténs, e a Opera dos mendigos, assim como o contato com uma rara entrevista de 1982 com Mark Knopfler, a qual irei disponibilizar adiante na análise, esse trecho, ao que tudo indica, trata da moralidade corrompida das pessoas, nas quais Holly estava envolvida, e também mostra que ela sentiu na pele o impacto dessa relação estreita com o lado negro do show business, que para Mark, se trata da forma como você se posiciona diante da fama, do dinheiro, além de que, esse trecho fala também da exploração.
É válido citar que, Love Over Gold é a negação ou renuncia a estes atos, ou seja, o poder que o dinheiro e a fama pode exercer na mente de pessoas que não estão preparadas para a ascensão.

It takes love over gold
and mind over matter
to do what you do that you must
when the things that you hold
can fall and be shattered
or run through your fingers like dust

Por amor acima do ouro
E mente sobre a matéria
Pra fazer o que você precisa                                                     
Quando as coisas que você segura                                                             
Podem cair e despedaçar                                                                        
Ou escorrer entre seus dedos como poeira.


Você sabe quem culpar primeiro pelas suas atitudes
Você nunca deu a mínima pra quem você pegou (“deu a mão”, “levantou”)
E deixa deitado sangrando no chão
Você maltrata as pessoas para se sentir superior
(ou para se dar bem)
      
Remete a Solid Rock

Porque o coração que você partiu
É o que você conta (no sentido de precisar)
A cama que você faz
É a cama que você vai deitar
Quando você aponta seu dedo é porque seus planos foram por água abaixo                                                                                           
Você tem mais três dedos apontados de volta pra você

Percebam aqui aquele sentimento que eu havia apontado, no que diz respeito a gênese a INR  está contida na canção SOLID ROCK, ambas carregam um sentimento parecido.


E ele leva você para o Vale de Valdeville
Com suas mãos sufocando seus gritos
E ele te ferra em Tin Pan Alley
Na cidade de bilhões de sonhos.

Está última parte, não por acaso, Knopfler cita dois termos interessantes que se conectam entre si, Valdeville e Tin Pan Alley, isso nos leva uma espécie de universo paralelo contido na canção.

Por muitos anos o vaudeville foi à forma de entretenimento mais popular nos Estados Unidos. No final do século dezenove, o termo vaudeville designava uma série de oito a dez números de variedades, sem nenhuma relação narrativa ou temática entre eles, que se sucediam continuamente no palco, tais como cantores, comediantes, músicos, dançarinos, animais adestrados, transformistas, acrobatas, equilibristas, “mentalistas” (transmissão de pensamento), mágicos, “playlets” (cenas de peças de teatro populares na época), declamações, etc.

Esta forma de diversão tinha muitos parentes próximos ou distantes na família das variedades, a saber: o medicine show, pequena trupe itinerante cujas performances serviam principalmente para anunciar remédios “milagrosos” de curandeiros; o circo, com sua ênfase nos palhaços, acrobatas e animais adestrados; o dime museum, precursor do sideshow, expondo criaturas deformadas e aberrações da natureza; o minstrel show, revista musical com números apresentados por atores brancos maquilados de negros tocando banjo, pandeiro e castanholas, intercalados por diálogos cômicos; o music hall inglês; e o chautauqua, espécie de espetáculo de variedades intelectual, combinando palestras, poesia, recitais de música e um humor mais refinado.

Vaudevile conta com a presença da apresentação burlesca ou a arte do burlesco se refere a um tipo de apresentação teatral que consiste em uma paródia ou sátira (que muitas vezes implica uma apresentação de striptease e às vezes lembra a chanchada). Alguns autores definem o teatro burlesco como descendente direto da Commedia dell'arte, "farsa" ou "burla" para uma paródia ou comédia de costumes aparece aproximadamente ao mesmo tempo em que surge a primeira aparição da Commedia dell'arte. Burlesco faz parte da categoria estética grotesca, sendo uma representação teatral ou dança. Representação de caráter exagerado, parodiando temas dramáticos com alto teor farsesco, esta forma cômica trata de personagens extravagantes e bufonas. Autores que discorrem sobre o grotesco, citam o burlesco como variante ligada a encenação. Procurar Mickhail Bakhtin, Wolfang Kayser, Muniz Sodré, Raquel Paiva, Patrice Pavis.

Tentando perceber o "lado negro", ou sombrio do vaudeville, acho que podemos encontrar no aspecto do mesmo ser precursor do sideshow, expondo criaturas deformadas e aberrações da natureza, bem como o aspecto burlesco também é algo que está envolvido no que MK se refere ao citar que ele leva você para o Vale de Valdeville. Lembremo-nos que a ópera dos mendigos que tinham as prostitutas, Vaudeville também tem números de Cabaré, e Ana II era dançarina em um cabaré em Seven Deadly Sins. É evidente que Vaudeville vai cruzar com Seven Deadly Sins e com a outra ópera. Será que ele a compara como um dessas prostitutas dessas óperas? Uma coisa é fato, se o vaudeville foi à forma de entretenimento mais popular nos Estados Unidos, o termo vaudeville designava uma série de oito a dez números de variedades, então, a principio, a frase And he takes you out in Vaudeville Valley, a meu ver, significa que ele está levando-a para esse nível, ou esfera Vaudeville, mas chama de Vaudeville Valley, como se ele tivesse a levando para esse universo Vaudeville, poderia ser o vale de qualquer outra coisa que ele quisera, como o vale das promiscuas, contudo, propositalmente Knoplfer deixa subentendido, algo marcante na canção, como vocês devem ter percebido.

Contudo, por coincidência, recentemente eu tive a oportunidade de assistir um espetáculo que envolvia o gênero Vaudeville, o que foi proveitoso para minha pesquisa sobre esta análise musical.
Eu fiquei encantado com a peça, achei muito divertido, gostei muito da energia emanada pelo elenco durante todo o espetáculo. Tirei algumas fotos e cheguei a conver com o elenco, elas são As Levianas e o nome da peça chamava-se- As Levianas em Cabaré Vaudeville, quando eu vi o anuncio no teatro de minha cidade, me senti afortunado, me caiu como uma luva! =)

Falei sobre minha análise a elas e perguntei um pouco mais sobre Vaudeville, o que me foi respondido por elas que basicamente seria uma cabaré de variedades, fundamentalmente é um teatro de variedades, composto de diversos estilos de apresentações, contudo, segundo elas, Vaudeville Valley é o nome é de um lugar especifico em Manhattan, o que achei muito interessante, pois, trata-se de um lugar real, assim como Tin Pan Alley, ambos em New York.

Aqui estão algumas fotos do espetáculo que estive presente:














Tin Pan Alley é o nome dado à coleção de Nova York editoras de música da cidade e compositores que dominavam a música popular dos Estados Unidos no final do século 19 e início do século 20. O nome originalmente se referia a um lugar específico: West 28th Street entre a Quinta e a Sexta Avenida, em Manhattan



 Em seu auge

As casas de música em Manhattan eram lugares vivos, com um fluxo constante de compositores vaudeville, e artistas da Broadway, os músicos, e "pluggers canção" ir e vir.

Durante quase 50 anos agarraram-se ao monopólio da indústria musical, gerando opiniões contraditórias nos dias de hoje: se, por um lado, exploravam os músicos que viviam na pobreza não beneficiando dos lucros das suas músicas, contribuíram também para o boom da música ligeira que viria a culminar no nascimento do rock'n'roll.
Compositores aspirantes veio para demonstrar músicas que eles esperavam vender. Quando músicas foram adquiridas de desconhecidos sem sucessos anteriores, o nome de alguém com a empresa muitas vezes foi adicionado como co-compositor (a fim de manter um maior percentual de royalties dentro da empresa), ou todos os direitos sobre a música foram comprados para total uma taxa fixa (incluindo os direitos de colocar nome de outra pessoa na partitura como o compositor). Compositores que se tornaram produtores estabelecidos de canções de sucesso foram contratados para estar na equipe das casas de música. O mais bem sucedido deles, como Harry Von Tilzer e Irving Berlin, fundada suas empresas próprias editoras.



Quando artistas do vaudeville apresentando New York City, que costumava visitar várias empresas Tin Pan Alley para encontrar novas músicas para seus atos. Segunda e terceira categoria artistas muitas vezes pagos pelos direitos de utilização de uma nova canção, enquanto estrelas famosas receberam exemplares gratuitos de novos números editor ou foram pagos para realizá-las, os editores, sabendo isto era valiosa publicidade.



Inicialmente Tin Pan Alley especializado em baladas e canções melodramáticas novidade em quadrinhos, mas que ele abraçou os estilos populares do recém-cakewalk e música ragtime. Mais tarde, o jazz e o blues foram incorporadas, embora menos completamente, como Tin Pan Alley foi orientada para a produção de músicas que cantores amadores ou bandas de pequenas cidades poderiam executar de música impressa. Tin Pan Alley fabricados jazz e blues pop-canções e números de dança. Grande parte do público na década de 1910 e final dos anos 1920 não sabia a diferença entre estes produtos comerciais e de jazz e blues autêntico.

Fonte: Wikipedia

Knopfler não iria leva-la para o paraíso, com certeza, se ele cita And he screws you down in Tin Pan Alley, então novamente, vamos buscar o "lado negro", ou sombrio de Tin Pan Alley.

Os atores de vaudeville iam a Tin Pan Alley comprar musicas para seus espetáculos essa é a ligação, percebam o aspecto de exploração, tanto o universo de Vaudeville quanto Tin Pan Alley tinham um lado sombrio. Vaudeville era confuso, Tin Pan Alley corrupto e isso faz conexão com todas as coisas que Mark aponta na canção, o que uma pessoa é capaz de fazer pra conseguir dinheiro, fama?

Quantas pessoas são derrubadas pra que apenas uma suba?
são essas as questões levantadas por Mark e não podia ser diferente no fim da canção, ele começa trazendo uma reflexão e fecha com uma reflexão. Holly construiu uma escada até esse patamar, mas tem alguém sufocando seus gritos e em seguida alguém a “ferra” na cidade de um bilhão de sonhos- New York city
E aí no fundo o que você ganhou com isso?
Assim como na Ópera Seven Deadly Sins, as irmãs conseguem atingir o objetivo, mas o caminho percorrido foi imoral, assim como na Ópera dos Mendigos, Mac Navalha se livra da forca, mas todo o trajeto dele até ali foi imoral também, essa é a característica predominantes nos personagens.
A grande moral de It Never Rains não é o que você consegue, é como você consegue e se vale à pena.

Agradecimento As Levianas por me esclarecerem um pouco mais acerca do Vaudeville, foi um prazer conhecê-las, eu recomendo a todos assisti-las, pois são fabulosas e adoráveis. Agradecimento especial a minha querida Knopfleriana Greice Feital, que muito me ajudou nesta análise, vide nossos debate sobre cada trecho da letra desta incrível canção, sendo ela co-autora de alguns comentários na análise.

Espero ter trazido luz a alguns aspectos sobre esta pérola de canção, cada um tem sua visão, modo de enxergar qualquer coisa, esta análise exprime a forma com a qual exergo It Never Rains.



Links últeis:

Prologo( The Seven Deadly Sins - Libretto)- http://www.nycballet.com/uploadedFiles/Home/TheSevenDeadlySinsLibretto.pdf

Resumo da ópera: http://pt.shvoong.com/books/1655818-%C3%B3pera-dos-tr%C3%AAs-vint%C3%A9ns/

 (Em português)> Tin Pan Alley> http://obviousmag.org/archives/2010/04/tin_pan_alley_e_a_musica_americana.html 

(CONEXÃO VAUDEVILLE – CINEMA I)> http://www.historiasdecinema.com/2012/03/conexao-vaudeville-cinema-i/

(Tin Pan Alley, Vaudeville and the Hollywood Musical)> http://artandcultureofmovies.blogspot.com.br/2008/04/tin-pan-alley-and-hollywood-musical.html
http://www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2001/not20011107p7158.htm
http://www.diarioweb.com.br/teatro/corpo_noticia.asp?idGrupo=7&idCategoria=40&idNoticia=12831


Brunno Nunes.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

OFFICIAL LYRICS: PRIVATEERING

Aqui estão as letras das canções do novo álbum:

Disc 1

Redbud Tree
Hunted down, I came upon
A place of ferns and grass
Gathered to a redbud tree
And now their footsteps pass
Where I crouch in dread
Discovery my certain death
Her leaves reaching for my head
As I suspend my breath

Redbud tree, shelter me, shelter me
Redbud tree, shelter me, shelter me

Those days of fear are gone
Yet I am pledged to her
As to my only one
My lovely protector

Redbud tree, shelter me, shelter me
Redbud tree, shelter me, shelter me
Redbud tree, shelter me, shelter me
Redbud tree, shelter me, shelter me


Haul Away
It was a windless night when you left the ship
You never were a steady bold one
I gave my hand, ah, but you did slip
I’m a living man and you’re a cold one
Haul away, haul away for home

My love’s as fair as a girl can be
My wedding ring is a heavy gold one
Now you lie alone in the deep dark sea
I’m a living man and you’re a cold one
Haul away, haul away for home

The morning brings, Lord, a fresh young breeze
To fill our sails and end the doldrums
Our lucky ship speeds across the sea
I’m a living man and you’re a cold one
Haul away, haul away for home


Don’t Forget Your Hat
Well, look out the window
Never saw so much rain
You better get down to the station
If you want to catch that train
So long, I guess that’s that
Hey, hey, don’t forget your hat

Well, you don’t call the action
You don’t make the rules
You don’t pay the piper
You don’t even pay the fuel
So long, I guess that’s that
Hey, hey, don’t forget your hat

Well, it’s a big old world out there
Go get it if you can
You got a ways to go
Before you get to be a man
So long, I guess that’s that
Hey, hey, don’t forget your hat


Privateering
Yon’s my privateer
See how trim she lies
To every man a lucky hand
And every man a prize
I live to ride the ocean
The mighty world around
To take a little plunder
And to hear the cannon sound
To lay with pretty women
To drink Madeira wine
To hear the rollers thunder
On a shore that isn’t mine

Privateering we will go
Privateering, yo ho hoho
Privateering we will go
Yo ho ho, yo ho ho

The people on your man o’ war
Are treated worse than scum
I’m no flogging captain
And by God I’ve sailed with some
Come with me to Barbary
We’ll ply there up and down
Not quite exactly
In the service of the Crown
To lay with pretty women
To drink Madeira wine
To hear the rollers thunder
On a shore that isn’t mine

Privateering we will go
Privateering, yo ho hoho
Privateering we will go
Yo ho ho, yo ho ho

Look’ee there’s my privateer
She’s small but she can sting
Licensed to take prizes
With a letter from the King
I love the streets and taverns
Of a pretty foreign town
Tip my hat to the dark-eyed ladies
As we sally up and down
To lay with pretty women
To drink Madeira wine
To hear the rollers thunder
On a shore that isn’t mine

Privateering we will go
Privateering, yo ho hoho
Privateering we will go
Yo ho ho, yo ho ho

Britannia needs her privateers
Each time she goes to war
Death to all her enemies
Though prizes matter more
Come with me to Barbary
We’ll ply there up and down
Not quite exactly
In the service of the Crown
To lay with pretty women
To drink Madeira wine
To hear the rollers thunder
On a shore that isn’t mine

Privateering we will go
Privateering, yo ho hoho
Privateering we will go
Yo ho ho, yo ho ho


Miss You Blues
Miss you blues, baby, miss you blues
Miss you blues, baby, miss you blues
You never used to look behind you, that isn’t what you’d do
Didn’t leave a thing behind you but the miss you blues

Who’s gonna take your place, fill your shoes?
Who’s gonna take your place, fill your shoes?
You never used to look behind you, that isn’t what you’d do
Didn’t leave a thing behind you but the miss you blues

Miss you blues, baby, miss you blues
Miss you blues, baby miss you blues
You never used to look behind you, that isn’t what you’d do
Didn’t leave a thing behind you but the miss you blues

Walk alone down the avenue
Walk alone down the avenue
You never used to look behind you, that isn’t what you’d do
Didn’t leave a thing behind you but the miss you blues

Miss you blues, baby, miss you blues
Miss you blues, baby, miss you blues
You never used to look behind you, that isn’t what you’d do
Didn’t leave a thing behind you but the miss you blues


Corned Beef City
Early in the morning
Going to meet a man
Wants a truck unloading
For cash-in-hand
You don’t ask questions
When there’s nothing in the bank
Got to feed the kids
And put the diesel in the tank

Bacon, egg and sausage
Double chips and beans
Tea and bread and butter
And a day on the machines
Christmas is coming
With the final demand
What you got going
For cash in hand

So it ain’t too pretty
Corned Beef City
It ain’t too pretty
Corned Beef City

Early in the morning
Where the trucks all stand
I’ve got a pocket full of folding
And a pair of jerry cans
I’ve got to keep it going
They’re laying off at Ford
I’m only one step ahead
Of my room and board

So it ain’t too pretty
Corned Beef City
It ain’t too pretty
Corned Beef City

Early in the morning
Going to meet a man
Wants a truck unloading
For cash-in-hand
You don’t ask questions
When there’s nothing in the bank
Got to feed the kids
And put the diesel in the tank

So it ain’t too pretty
Corned Beef City
It ain’t too pretty
Corned Beef City


Go, Love
I had to leave for certain
I like to come back now and then
Maybe I’m just returning
So I can leave again

The wind comes softly blowing
From the cold grey sea
She leans into my collar
Starts whispering to me

Go, love, if you’re going
You keep looking down the track
Go, love, if you’re going
I’ll be here when you come back

Go, love, if you’re going
Go, love, if you’re going

So go, love, if you’re going
Don’t stay on account of me
Go, love, if you’re going
If that’s the way it’s got to be

Go, love, if you’re going
You keep looking down the track
Go, love, if you’re going
I’ll be here when you come back

Go, love, if you’re going
Go, love, if you’re going


Hot Or What
She came on the river
With a gift for me
I’m in way deep
That’s how it has to be
It’s hot in the desert
But I’m cool in the zone
People call me lucky
But I say you make your own

I’m on a roll
Yeah, I’m on a roll
I’m runnin’ hot
Baby, am I hot or what?

This is outrageous
I got all kinds of stuff
Can I dodge bullets
And can I bluff
Hot shots keep on a’ coming
Looking for a fight
But the names are going down
To the left and to the right

And I’m on a roll
Yeah, yeah, yeah, I’m on a roll
I’m runnin’ hot
Baby, am I hot or what?

It gets dark at night
That’s how it goes
It gets cold in winter
Don’t be surprised if it snows
You wanna play Hold’em
With my friend Mr Chan
If you lose your stack, well
You sure can’t blame the man

Ha! ha! ha!
Ha! ha! ha!
I’m runnin’ hot
Baby, am I hot or what?

They play with me a while
I’ll read ‘em like a book
Let’s go have a drink or two
And talk about the scalps I took
I got a big old stack
I had me a big old day
Tomorrow I go back
Gonna take it all the way

‘Cos I’m on a roll
Yeah, yeah, yeah, I’m on a roll
I’m runnin’ hot
Baby, am I hot or what?
I said I’m runnin’ hot, baby
Baby, am I hot or what?


Yon Two Crows
Pennies from heaven
Don’t make me laugh
Here all you’ll get
Is the pattering rain
Or yon two crows up over the hill
Looking for winterkill
Always at your boots
The mud behind the byre
With its clammy hold
Would mock you up a grave
Here in the mire of a wrecked sheepfold

And all you’ll bring to this
Is muscle and grit
Persistence, that’s just about it
What made you think
There’d be a living in sheep?
Eat, work, eat, work and sleep

Duck under the eaves
Of the bothy
To sit here, caged by rain
Somewhere to go conjure
A next move
When I have to think again
The dog lifts his gaze to plead
Believes the wizard has a magic stick
Leans his weight into my tweed
I give an unholy hand to lick

I take a swig of sheep dip
From my flask
And once again I ask
What made you think
There’d be a living in sheep?
Eat, work, eat, work and sleep

They were at this game
Two hundred years ago
Had thirty ways
Of dying young, poor souls
Laid to rest in their soggy rows
Rain on their holy books
Blood and whisky
On the tongue
And no-one watching over anyone
No-one left but your stubborn one
And the crows and rooks

Ah, the dying young
Well I’m not done
You watch me and I’ll watch thee
I can still work for two men
And drink for three

And I raise my flask
To the clearing skies
To you, sweepers
You carrion spies
To scavenge and survive
If you can do it so can I


Seattle
Above the bar the TVs are showing the game
But we’re not watching it, we’re hardly focussing
Through the windows in the fading day
1st Avenue is turning grey
Do you ever look at me and see another man
Let’s get two more beers and try to make a plan
Sometimes it feels as though I have a key
But every time I try it it won’t turn for me
Seattle - you’ve got to love the rain
And we both love rain
We both love rain

We watched the city skyline from the ferry deck
And you put your arms around my neck
We talked of looking just out of town
Now it’s looking like a dream shot down
I still believe that there’s somewhere for us
But now it’s something that we don’t discuss
And you’re the best thing I ever knew
Stay with me, baby, and we’ll make it to
We’ll make it to
Seattle - you’ve got to love the rain
And we both love rain
We both love rain
Seattle - I want you just the same
And we both love rain
We both love rain


Disc 2

Kingdom Of Gold
The high priest of money looks down on the river
The dawn coming up on his kingdom of gold
When the rim of the sun sends an arrow of silver
He prays to the gods of the bought and the sold

He turns to his symbols, his ribbons of numbers
They circle and spin on their mystical scroll
He looks for a sign while the city still slumbers
And the ribbons and the river forever unroll
In his kingdom of gold, his kingdom of gold
Kingdom of gold, his kingdom of gold
Kingdom of gold

On the horizon an enemy haven
Sends traces of smoke high up into the sky
A pack of dog jackals and a rabble of ravens
Who’ll come for his fortress, his castle on high
In his kingdom of gold, kingdom of gold
Kingdom of gold, his kingdom of gold
Kingdom of gold

His axes and armour will conquer these devils
The turbulent raiders will falter and fall
Their leaders be taken, their camps burned and levelled
They’ll hang in the wind from his citadel walls
In his kingdom of gold, kingdom of gold
Kingdom of gold, kingdom of gold
Kingdom of gold


Got To Have Something
Well if you ain’t got whiskey
Don’t tell me that you ain’t got gin
If you ain’t got whiskey
Don’t tell me that you ain’t got gin
Well I got to have something
Need to get my medicine

Well I can play your fish fry
Play for change in town
I can play your fish fry
I can play for change in town
Well I got to have something
Keep me from going down

Well let me play you one thing
Somebody must have just got paid
Yeah, let me play you one thing
Somebody must have just got paid
Well I got to have something
Even if I don’t get laid

Yes, if you ain’t got whiskey
Don’t tell me that you ain’t got gin
If you ain’t got whiskey
Don’t tell me that you ain’t got gin
Well I got to have something
Need to get my medicine
Yeah, I got to have something
Need to get my medicine


Radio City Serenade
You’ve got to have no credit cards
To know how good it feels
The howling of the bridges
The sidewalks bound with steel
Sitting on the sidewalk
With a party to arrange
May you never change

I stay out when I want to
Still she takes me back
Don’t know another girl
Would cut me so much slack
Every wounded soldier
Needs a lady with a light
To help him through the night

So blow a kiss to Radio City
My forever silhouette
Oh, you are so pretty
My beautiful Rockette
You’ve got my arms
And the crosstown horns
Going on - we’ve got it going on

Have I got you a river view
This one tops the list
Got a head full of you
And Irish Mist
I know I owe it
To the lady by the sea
Who still looks out for me

So blow a kiss to Radio City
My forever silhouette
Oh, you are so pretty
My beautiful Rockette
You’ve got my arms
And the crosstown horns
Going on - we’ve got it going on

You’ve got my arms
And the crosstown horns
Going on - we’ve got it going on
We’ve got it going on


I Used To Could
Well, all down the 40 I never used to lift
Thirteen gears, double clutch shift
All those horses underneath the hood
I don’t do it no more but I used to could

GMC Cannonball going like a train
All down the 40 in the driving rain
All those horses underneath the hood
I don’t do it no more but I used to could

Well I don’t hang around ‘cause it ain’t no good
Like the big bad wolf in the neighborhood
Chasin’ after Little Red Riding Hood
I don’t do it no more but I used to could


Gator Blood
Hammer on a skillet up they come
Showman whanging on a ballyhoo drum
Watch out, people I’m a greedy man
Swallowed all the fishes in the frying pan
Blood, gator blood, I got gator blood

Chicken on a hotplate gobbledegook
Come on up, honey and take a look
Mighty fine weather this time of year
Shake a tail feather you chicken you hear
Blood, gator blood, I got gator blood

Chicken on a hotplate it’s gonna dance
Gonna lose these chickens my first chance
Don’t you know I’m a flim flam man
A chicken show it ain’t worth a damn
Gator blood, I got gator blood

I got a country boy, he’s a bird who sings
Butter paddle, buck ‘n wing
Kid’s got a winner bonafide hit
I’m gonna have my dinner on a spit
Blood, gator blood, I got gator blood

Hoopla, humbug, howdy-do
Gonna make you into chicken stew
Alligator in the mud
Don’t you know I got gator blood
Gator blood, I got gator blood

Never lend a dollar to your good friend Tom
Hogwash Holler is where he’s from
If you got treasure all in a vault
And he gets you, baby that’s your own fault
Gator blood, I got gator blood


Bluebird
Got crows in my pasture
Rats in my barn
Crows in my pasture, babe
Rats in my barn
If I was you, little bluebird
I’d up and find another farm

I’ve got nightshade in my meadow
Ragweed in my corn
Nightshade in my meadow
And ragweed in my corn
If I was you, little bluebird
I’d be long gone

Yes, I got squirrels in my rafters
Weevils in my hay
Squirrels in my rafters
Weevils in my hay
If I was you, little bluebird
I’d up and fly away
Fly away, baby


Dream Of The Drowned Submariner
We run along easy at periscope depth
Sun dappling through clear water
So went the dream of the drowned submariner
Far away from the slaughter

Your hair is a strawflower that sings in the sun
My darling, my beautiful daughter
So went the dream of the drowned submariner
Cast away on the water

From down in the vault, down in the grave
Reaching up to the light on the waves

So she did run to him over the grass
She fell in his arms and he caught her
So went the dream of the drowned submariner
Far away on the water
Far away on the water


Blood And Water
Blood and water bound to overflow
Blood and water bound to overflow
Well there’s no more high water
But the Old Man’s just waiting, I know

He was sent up on the levee
Now they’ve gone up country
They won’t do nothing for you now
And don’t go asking me
They’ve gone - it’s all over here
Sometimes I’d see her passing
With the evening coming on
I’ve seen you on her pathway
I’ve seen you at dawn
Look over yonder at that empty shack
You know as well as I do
Theyain’t coming back
They’re gone - it’s all over here

Blood and water bound to overflow
Blood and water bound to overflow
Well there’s no more high water
But the Old Man’s just waiting, I know

So many promises
We broke them, every one
Kept people on the levees
Withsherrifs and shotguns
They’re gone - it’s all over here
Look over yonder at that empty shack
You know as well as I do
Theyain’t coming back
They’re gone - it’s all over here

Blood and water bound to overflow
Blood and water bound to overflow
Well there’s no more high water
No more high water
There’s no more high water
But the Old Man’s just waiting, I know


Today Is Okay
Well, we like to have some friends around
Do the twist to Ray Charles and James Brown
After lunch I’ll maybe take a nap
I like a nap before a scrap

Honey, pass me more of them peas
Mm, I do like these
And let me have some more of those
More steak and potatoes, yeah

In a little while I’m going downtown
Maybe take me one or two rounds
I’m gonna knock that man clean out
He’s going down, no doubt

Maybe I was born on a bad luck day
Born under a bad sign
But today is okay
Today’s just fine

Baby you can read my mind
I’ll be home just after nine
You’re the best medicine I know
Tonight we’re gonna let it all go

Put on that pretty silk shirt
Put on on that tight black skirt
Put on those heels so black
We can party on when I get back

Maybe I was born on a bad luck day
Born under a bad sign
But today is okay
Today’s just fine


After The Beanstalk
Well a hen can lay a golden egg but she still can’t sing
A hen can lay a golden egg but she still can’t sing
Well the hen’s alright but the harp is everything

When he’s gunning for glory a boy just won’t be told
Gunning for glory a boy just won’t be told
I went up three times but it never was for the gold

Oh, Mama what’s the matter now
Oh, Mama what’s the matter now
That old cow she wasn’t milking anyhow

After the beanstalk your life’s not the same
After the beanstalk your life’s not the same
Well the harp’s worth more than any fortune and fame

Oh, Mama what’s the matter now
Oh, Mama what’s the matter now
I’m still up in the morning to get behind the plough

A hen can lay a golden egg but she still can’t sing
A hen can lay a golden egg but she still can’t sing
Well the hen’s alright but the harp is everything

Oh, Mama what’s the matter now
Oh, Mama what’s the matter now
I’m still up in the morning to get behind the plough


Fonte: http://www.mark-knopfler-news.co.uk/lyrics_privateering.html 

Brunno Nunes

Dire Straits

Dire Straits
A voz e a guitarra do Dire Straits ao vivo em Cologne, 1979