Análise da repercussão dos discos e turnê do Dire Straits que marcaram e fizeram a trajetória da banda.
Há tempos que gostaria de postar algo com mais amplitude acerca da história da banda, então, antes tarde do que nunca!
Para realizar essa postagem em especifico, eu utilizei os argumentos de um grande fã da Espanha, direfran, muito porque de fato eu percebo a banda de forma bastante semelhante a dele, então, nesta ocasião me apropriei dos pontos de vista dele, contudo, eu adicionei outras partes que são inteiramente minhas e tal, mas, errei em não dar os devidos créditos e neste sentido, eu dou a mão a palmatória e estou aqui exatamente para fazer essa correção fazendo esse esclarecimento.
Confesso que não tenho tido muito tempo em realizar novas publicações, cheguei a realizar algumas analises musicais de algumas canções do Dire Straits como Lions, Single Handed Sailor, Telegraph Road, Tunnel of Love, It Never Rains, onde dediquei dias de pesquisa em cada uma delas para dividir com todos os visitantes deste espaço. Eu fiquei desmotivado por um período em não ver mais debates como antes, com o fim do orkut, muita coisa mudou no tocante a debates, isso deu uma desanimada em mim e acabei até pegando carona na postagem de um fã e desenvolvi essa publicação, verdadeiramente achando que isso aqui estava tão solitário como um oásis no deserto, ou como uma rosa em meio a queimadas, prestes a virar poeira!
Mas... dai a César o que é de César
Aqui estão os créditos:
http://www.spanishcity.net/e107_plugins/forum/forum_viewtopic.php?20586.20
Esse espaço eu criei em 2007, até aqui foram 8 anos de dedicação, em prol da memoria desta banda única, que tanto faz falta, ao gênio da música que nos faz dizer que somo Knopflerianos e que tanto a gente aprecia ou ama a sua obra, quem acompanha desde o início sabe de minha trajetória, nunca me custou nada na vida ser honesto e reconhecer os meus erros quando este que vos fala erra. Não obstante, gostaria de lhe agradecer pela franqueza e gentileza do amigo Thiago Trota em me chamar atenção, acho isso muito louvável, a não agressão, agradeço também o reconhecimento, isso traz um pouco mais de energia e motivação para seguir firme adiante nessa estrada como antes.
Um abraço Knopfleriano, de fã para fã!
Aqui vai também a minha forma de sentir e perceber o Dire Straits.
Primeiro álbum: 1978
A chegada da banda, o começo da história. Possivelmente é o melhor disco de estreia de uma banda de alcance internacional da história.
Palavras que identificam a personalidade desse disco:
(Genuíno, pioneiro, fresco, expressivo, autentico, sensível, natural, culto, ritmo, genial, espontâneo)
2º- Communique; 1979
A confirmação, grandes temas, continuativo, mais polido.
(Brilhante, maduro, tranquilo, profundo, natural, rebuscado, americano, espontâneo, harmonia)
- 1978-1979: É uma época muito parecida, diria que a palavra que define esta fase é "simplicidade", são 4 músicos , sonoridade perfeita, execuções magistrais e perfeita, sem arranjos espetaculares. Sonoridade cristalina das guitarras. Os músicos dessa época são de muita qualidade, a começar por Pick Whiters, certamente o melhor baterista que tocou com Mark Knoplfer, no minimo Pick foi fundamnetal para característica sonora da banda em seus quatro primeiros álbuns. John sempre foi um baixista que fez seu trabalho com perfeição. David era um grande guitarrista Folk/Rock, mas eclipsou com seu irmão, ficando sempre nas sombras, contudo, suas guitarras rítmicas ao vivo deixaram marcas inesquecíveis nessa época, e nenhuma canção dos dois primeiros álbuns até hoje soaram igual, com esse frescor sempre presente nesse período do Dire Straits. A guitarra de David e a bateria de Pick eram perfeitas para acompanhar Knopfler e estruturar a sonoridade marcante. Por estilo, é a fase que mais admiro,
Tenho um carinho muito especial por essa primeira fase da banda.
Sugestões de Bootlegs:
Fundamental
Leeds 1978
Rotterdam 1978
Rockpalast 1979
Boston 1979
Para aprofundar
More early demos 1977
Amsterdam 1978
Strait to New York 1979
Sultans of Cologne 1979
3º Making Movies: 1980
Contundente,a banda emergindo no cenário mundial como pesos pesados do Classic Rock.
(Sentimental, lirico, roqueiro, enérgico)
- 1980-1981: Época de grandes mudanças, seguramente a época mais difícil da carreira do grupo. Gravaram um disco completamente distinto dos dois anteriores. A sonoridade da banda já não é tão limpa, Seguem em turnê, a banda mais completa, novo guitarrista rítimico, mais roqueiro que David Knopfler e aparece pela primeira vez ao vivo um tecladista, o qual marca definitivamente o rumo da sonoridade do Dire Straits.
O setlist se modifica com a entrada de supertemas como Romeo and Juliet, Tunel Of Love e uma versão primitiva de Telegraph Road, onde se percebe que ainda precisa-se percorrer um longo caminho para chegar ao que podemos ouvir em 1982 e posteres turnês. É fundamentalmente uma época de transição entre a simplicidade e solidez dos primeiros anos e a confirmação de uma nova sonoridade e arranjos que fizeram famoso o Mark Knopfler se seu Dire Straits.
O melhor dessa fase, eu diria, é o fator (experimentação), joias como Skateaway, novas roupagens para Angel of Mercy, News, Down to the Waterline, Lions e Where do you think you are going, são a meu ver os momentos mais memoráveis dessa turnê, pois essas nunca mais vieram ser apresentadas ao vivo novamente. Aqui estão as primeiras versões longas de Sultans of Swing, que assim como Tunnel of Love, Expresso Love e Solid Rock, foram mais desenvolvidas nas turnês posteriores.
Não posso deixar de falar também das curiosas roupagens feitas no início da turnê, (ainda em 1980) da canções como Single Handed Sailor e In the Galley, exemplos de experimentalismo e capacidade de se reinventar que o Dire Straits sempre demonstrou.
Sugestões de Bootlegs:
Fundamental
Boston 1980
The best rock 'n' roll orchestra 1981
Live at Werchter Festival 1981
Para aprofundar
New York 1980
Second night in Wiesbaden 1981
Live in Luxembourg 1981
4º Love Over Gold: 1982
Sublime, a máxima expressão dos Straits, um diamante.
(Fascinante, intimista, curioso, melancólico, experimental, maduro, sinfônico, épico, lirico, progressivo,conceitual, anti-FM)
A confirmação. Dire Straits já era uma super banda, com sua sonoridade mais voltada ao rock épico, sinfônico e gravam possivelmente o disco mais estranho de dias discografia, dão inicio a uma turnê e deixam claro que que são uma das melhores bandas existentes no panorama musical. É interessante notar que aqui ainda não são considerada uma banda comercial.
A banda é imponente, mantem-se o esqueleto da formação anterior, mudando de baterista, com Terry Williams no lugar de Pick Whiters, que vem trazer mas contundência, procurando outros caminhos ao invés de seguir baseando-se na "pegada" e estilo de seu antecessor. A presença de outro tecladista para completar as atmosferas criadas por Alan Clark, que na opinião de muitos, seguramente, junto a Mark Knopfler, é o músico que mais marcou a sonoridade da banda. Também é o momento em que se experimenta em alguns temas o saxofine com Mel Collins, Two Young Lovers, Portobello Belle, Intro de Tunnel of Love, Solid Rock e Going Home.
Os arranjos dos temas estão em seu auge, o único problema é que o setlist poderia ser mais variado, sempre senti falta de pelo menos Skateaway e um clássico como Down to the Waterline contudo, podemos dizer que os temas apresentados alcançam sua maturidade . Uma imponente Once upon a time in the west arrepiando para começar o concerto, e logo surge versões impressionantes como Portobello Belle, It never rains , as "TRÊS MARIAS" maestrais, SOS,TOL e TR, além do casamento perfeito entre Romeo and Juliet e Love Over Gold, são texturas atmosféricas que jamais se repetiriam.
Sugestões de Bootlegs:
Fundamental
Live at the NEC 1982
Live in Vienna 1983
Palais des Sports 1983
Para aprofundar
Live in Sheffield 1982
Tokyo 1983
Zagreb 1983
EP- Extended Dance Play. 1983
Para quebrar um pouco o clima sério do LOG, aqui podemos encontrar algo espontâneo e divertido. além de sobra de gravação do LOG como a interessante, jazzística e esquisita Badges, Poster, Stickers, T-Shirts. Fazer Twist em plenos anos 80' não era pra qualquer banda, e aqui temos uma homenagem em especial aos anos 50', aos primeiros ídolos dessa época como Chuck Berry, onde notavelmente observamos sua influencia em Two Young Lovers, que remete um pouco a You Never Can Tell , canção de Chuck Berry. Para além, a clássica Twisting by the Pool e brinde a Surf music,a simpatica If I Had You.
(Ousado, descontraído, independente)
5º Brothers in Arms: 1985
Os Dire Straits ganham o titulo mundial dos pesos pesados do Classic Rock. 1985 foi o ano de ouro para eles, a maior banda do planeta, as razões são muito conhecidas, dispensa maiores comentários. É o seu Hotel Califórnia, depois desse fenômeno, nada será mais o mesmo.
(Insuperável, comercial, acessível, genial, potente, universal, elaborado, engenhoso, tecnológico, moderno)
O triunfo! Como a própria História mostra, nesta época os Dire Straits eram possivelmente a banda mais universal, eram possivlemente os melhores, (top of the pops), e Mark Knopfler que era averso a isso, converteu-se a uma especie de rei das mídia, dessa forma começou-se a tachar a banda de comercial, contudo, qualidade incontestável.
A turnê dispensa maiores comentários, no minimo foi espetacular, focando-me mais as impressionantes versões de SOS, TOL (para muitos, a versão definitiva), Ride Across the River, uma incrível versão de Wild West End, Expresso love com um final apoteótico, a beleza espetacular de So Far Away em dois formatos distintos apresentados nessa turnê. Na verdade é que o setlist não tem desperdicio, Why Worry, One world, The Man's to Strong, Walk of life, Brothers in arms, Money for nothing. Novamente algumas mudanças na turnê line-up: Hal Lindes foi substituído por Jack Sonni e Mel Collins foi substituído por Chris White. Tommy Mandel foi dispensado e Guy Fletcher se juntou à banda de pois de trabalhar com na trilha Cal. Vários artistas apareceram durante a turnê como convidados especiais: Eric Clapton, Paul Young, Hank B. Marvin, JJ Cale, Sting, Billy Joel, David Sanborn, Branford Marsalis, Paul Brady, Dave Edmunds, Nils Lofgren, Francis Rossi, T-Bone Burnett e Pete Townshend.
Enfim, todos queriam tocar com o Dire Straits!
Sugestões de Bootlegs:
Perfect Wembley 1985
Last night at Wembley Arena 1985
American tour 1985
Oklahoma City 1985
Brothers in Seattle 1985
The Final Oz concert 1986
Para aprofundar
Live in Yugoslavia 1985
Last night at Wembley Arena 1985
Uniondale 1985
Hammersmith Odeon 1985
Live in New Zealand 1986
6º On Every Streey: 1991
Um disco para se despedir, um grande disco, sem dúvidas, o mais eclético, e o mais longo, 12 canções, mas fora do contexto anterior. Dire Straits havia chegado ao más alto que se podia chegar com " Brothers in Arms", a parti dali, só se podia fazer coisas mais pequenas e qualquer outra coisa estava condenada ao fracasso e a decepção, razão pela qual, depois da OES Tour 91-92, ele surge em 1996 dando início a sua carreira solo, se livrando de todo desgaste causado pelo peso e pressão com a elaboração desse álbum. Na verdade, isso foi o que acabou com o Dire Straits, está evidente que Mark queria fazer outras coisas (vide o dico com NHB e com Chet Atkins, na mesma época em que começava a se materializar o OES. Knoplfer se cansou de trabalhar pressionado pelo que significava o nome "Dire Straits", turnê patrocinada pela Phillips, contratos e mais contratos... enfim, é possível dizer que "Dire Straits" acabou com "Dire Straits".
(Profissional,elaborado, eclético, elegante, retorno, desencanto)
O disco OES, mundialmente esperado, configurou-se como uma decepção para os críticos e alguns seguidores (não me incluo), há quem afirme que isso deve-se ao fato de que o álbum anterior era tão bom, que não se podia superá-lo.
A qualidade de qualquer músico envolvido na banda a esta altura é inquestionável, gosto cada um tem o seu, mas a qualidade sempre foi uma constante no Dire Straits do começo ao fim.
O setlist mais variado, claro, em virtude da discografia, 6 álbuns de estúdio. (É curioso notar como as canções do segundo álbum Communiqué sempre eclipsou muito mais do que qualquer outras músicas de outros álbuns durante todas as turnês, isso se estende até na carreira solo de Mark Knopfler.), mas se compararmos a com os temas de outras turnês, perde no que se refere a "temas preferidos por fãs-seguidores", basta ver Calling Elvis no lugar de Once Upon a Time in the West ou Ride Across the River, Heavy Fuel no lugar de Expresso Love, The Bug no lugar de Skateaway ou Portobello Belle
Quanto a outro temas indispensáveis como SOS, aqui encontramos uma versão que é bem distinta, começando com um quarteto, voltando as raizes da banda, mas, que devido ao contraste sonoro provocado pela guitarra Pensa, não consegue vingar tanto assim, antes uma Fender Stratocater para essa dinamica, pelo menos na minha opinião. Mantem-se o solo de fax que antecede o primeiro solo e a atmosfera final, basicamante nos moldes das turnês passada, vai crescendo gradativamente, dando espaço para um pouco de protagonismo de Alan em seu piano, seguindo de um lindo duelo de sax e guitarra, coisas de maestro, duelo este entre sax e guitarra presente desde as magnificas versões de Portobello Belle em 1983.
Outra coisa é Telegraph Road, apresentada com outro formato diferente em timbres e arranjos. No entanto, a atmosfera criada nessa canção na turnê de 1982-1983 é muito mais digna, completa e profunda, inclusive as de 1996 e 2005. Para mim, o ponto alto das versões de 92 de TR é o final, realmente impressionante a desenvoltura dos improvisos de Mark Knopfler em sua Pensa-Suhr.
Não tem muito o que se dizer de um clássico Tunnel Of Love, sempre preciosa, entretanto, não se compara com as versões de 83 e sobretudo as de 85. E honestamente, a meu ver, TOL funciona bem melhor com o timbre da Schecter Sunburst.
Realmente, um ponto muito favoravel da OES tour é o setlist, podemos apreciar momentos ímpares em músicas como Iron hand, When it comes to you, Planet of New Orleans, You and your friend, I Think i love you too much. Neste quesito, as turnês passadas haviam sido muito mais repetitivas, coisa absurdamente marcante nos últimos 10 anos da carreira solo de MK, mas, aos poucos isso vem mudando, recentemente ele resgatou Your Lastet Trick e On Every Street e provocou grande alegria e comoção dos fãs aficionados.
Sugestões de Bootlegs:
The On every Street kickoff- 23.08.91 (Primeiro show da turnê)
Sold out in every street 1991
Live in Dallas 1992
Earls Court Soundboard 1992
Woburn Abbey 1992 – The radio broadcast
Para aprofundar
On every Demo
First night in Birmingham 1991
Maryland 1992
On every planet 1992
Zaragoza 1992 - The last concert
E se você acha que eu vou dizer qual é o melhor álbum ou turnê, eis uma tarefa impossível para mim, pois amo todos os álbum, conheço profundamente cada turnê e álbum e sei aproveitar o máximo cada fase, para cada momento e meu de contemplação!
Em resumo
Por estilo: 78-79
Por set-list: 78-79-80-81
Por texturas e ousadia: 82-83 e 85-86
Por execução: 91-92
É isso ai, espero que tenham gostado de alguns pontos de vistas que expus sobre a minha, a nossa banda do coração. Dire Straits Forever!!!!!!!!!!!!!
Bruuno Nunes.