sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mark Knopfler- Lisboa/ Portugal- 27.07.2010





Dia 27/07/2010, Mark Knopfler realizou um concerto em campo pequeno- Portugal.

Obtive a colaboração de dois fãs de Portugal que entraram em contato comigo, ambos são visitantes do blog e estiveram presentes neste maravilhoso concerto.

Então cabe aqui uma abordagem apurada sobre o concerto em questão. ^^

Inicialmente, irei postar um texto escrito por Sergio Costa referente á noite desse concerto que ocorreu em Lisboa.

Segue abaixo texto na integra.


(Fiquem a vontade para fazerem suas considerações a cerca do texto escrito por Sergio Costa).



Mark Knopfler – Get Lucky Tour

27 de Julho

Lisboa – Campo Pequeno

Para o Universo Dire Straits:


Um dia contactei o Bruno e lancei-lhe o desafio sobre a possibilidade de colocar o meu relato sobre o concerto de MK em Lisboa, o único em Portugal. O Bruno concordou e aqui estou eu 3 dias após o concerto a relatar as minhas memórias sobre essa dia.

Pelo facto do concerto se ter realizado a uma Terça-Feira durante todo o dia a aglomeração de fans na zona do Campo Pequeno não se vez sentir, só perto das 6 da tarde começou a chegar a maltinha que tencionava ocupar um lugar na frente. Eu, cheguei ao Campo Pequeno por voltas das 13h30 ou seja 8h antes do início do espectáculo. Desta vez resolvi trajar-me a rigor com uma das t-shirts que comprei durante a “On every street world tour” e começar a viver o concerto bem antes da primeira canção. Logo após o almoço procurei informar-me sobre o início da hora do sound-check junto de um dos rodies e disseram-me que o concerto não teria o teste de som. Questionei sobre a hora da chegada da banda e disseram-me que chegariam à Praça de Toiros pelas 19h para tomarem a refeição. Confesso que desta vez ia à caça da tão desejada foto que qualquer admirador gostaria de ter com MK.
O dia estava bem quente e convidava a beber umas cervejas, por isso, refugiei-me numa cervejaria onde conversei alguns minutos que um cozinheiro que partilha alguns dos meus gostos musicais.

Por volta das 17h30 fui para a zona de acesso ao recinto onde começou a cavaqueira com alguns aficionados Knopflerianos. Tudo foi pacífico durante 2h ao sol escaldante, a cerveja ia chegando à vez.

Sempre estive convencido que as portas abririam pelas 20h até que chegou a informação que abririam pelas 20h30. Estranhei mas acreditei. Quando a minha namorada chegou dei-lhe a capa com a minha máquina fotográfica para guardar e pouco depois vi os funcionários do Campo Pequeno avançarem direito às grades de acesso ao recinto, afinal as portas abririam às 20h. Quando me preparava para correr por um lugar na frente lembrei-me que o meu bilhete estava dentro da bolsa da máquina fotográfica que por sua vez estava dentro da mala da minha namorada que tinha ido ao W.C. Paciência. Acabei por assistir numa zona próxima do palco onde acabei por estar mais afastado das munições dos músicos e consequentemente poder usufruir do som na sua globalidade.


Dentro da Praça de Toiros mais de 6 mil admiradores, entre eles imensos jovens com menos de 20 anos.

A banda entrou em palco pelas 21h35, e a música de abertura foi Border Reiver. Logo no inicio MK disse em Português –“ Boa tarde”- com natural pronuncia “British”. Quero desde já referir que toda a gente se entregou à causa, a banda e principalmente o fans não perderam a oportunidade de fazerem a festa. Está comprovado na minha pen Get Lucky que contêm todo o concerto, o ambiente foi fantástico. Seguiu-se duas passagens por Sailing to Philadelphia, com What it is e a canção que dá o nome ao disco com a flauta de Michael Mcgoldrick sempre em destaque. Knopfler sentado por diversas vezes acenou ao público provocando reacções efuzivas por parte do público. Coyote é a única canção a que torço o nariz, não entendo a sua inclusão na setlist apesar de MK ter uma boa prestação. Devil Baby soou muito bem. “Romeo and Juliet” e “Sultans”, as primeiras passagens pela era Strait arrancaram os primeiros coros da noite e obviamente aplausos mais entuasiastas. “Sultans” continua 32 anos depois a rodar vezes sem conta nas rádios Portuguesas e clara será canção pela qual todos temos mais respeito, por ser a primeira e por ser uma canção com vitalidade, principalmente quando tocada ao vivo. “Hill Farmer´s Blues”, “Speedway at Nazareth” e “Telegraph Road” constuniram para mim a melhor fase do concerto. Gosto de “Hill Farme´s”, é animada, tem ritmo e aparece nesta digressão com uma nova cara. John no violino, Michael na flauta são fundamentais nesta canção. “Speedway” é a minha canção preferida desde que MK se lançou a solo, talvez por a sua estrutura enquanto canção esteja mais próximas dos temos dos Dire Straits e também porque a do solo da segunda metade da canção me transporta ao Mark do passado. “Telegraph Road” adorei, sempre foi umas das minhas preferidas e em Lisboa foi superiormente bem tocada. No inicio fiz o meu registo na gravação do concerto com um grito quando tinham acabado de ovacionar a canção.
Para os encores ficaram, “Brothers in Arms”, “So far Away”. As primeiras duas são verdadeiros marcos na história da música e senti que para o Campo Pequeno foram os momentos mais especiais.
“A piper to the end” foi o segundo momento do disco “Get Lucky” que abriu e fechou a noite.

O som esteve soberbo.

É verdade que hoje após um concerto de MK ficam menos coisas para contar porque com Mark acontecem menos coisas, mas tudo o que me ser seu seguidor está lá, o carisma, os solos, a simplicidade, as canções…
Para trás estão 2 concertos de Dire Straits e 5 de MK e de todos eles existem flashes que são recordações bestiais, sem dúvida momentos importantes na minha vida.

Por último e tendo em conta que a “Get Lucky Tour” não irá passar pelo Brasil, à semelhança do que já aconteceu em outras digressões gostava de enfiar os meus cumprimentos a todos os que tal como eu se tornaram fans dos Dire Straits. Compreendo toda a vossa frustração e realmente é difícil conseguir entender a opção de excluir a América do Sul da digressão. No dia a seguir a Lisboa MK foi para Santiago Compostela e para o Portuga do norte poderá ser bem mais fácil se deslocar a esse concerto do que a Lisboa, tal como, imensos Espanhóis se deslocaram ao Campo Pequeno. São as vantagens de ser-mos Europeus…

Para sempre
Dire Straits
Mark Knopfler

Cumprimentos


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Segue abaixo algumas fotos do concerto em Campo Pequeno- Portugal- 27.07.2010 cedido gentilmente por Sergio Costa.





















Deixo os meus agradecimentos pela colaboração do Sergio Costa e cabe aqui duas perguntas ao mesmo:


Qual a vantagem de se achar mais privilegiado do que os outros pelo simples fato de ser europeu? Por acaso não necessitas respirar o mesmo oxigênio espalhado pelo planeta, o mesmo ar que eu respiro aqui na América do sul, onde mantemos a floresta amazônica, considerada o pulmão da Terra?

Privilegio mesmo é exportar (entre outras coisas) o Rock in Rio para Lisboa e outros países da Europa. Privilegio também é saber que Mark Knopfler em sua vinda ao Brasil em 2000, fez uma pesquisa com elementos da cultura musical brasileira a quem teceu grandes elogios. Quantos países da Europa possuem esse privilegio a não ser Inglaterra, Escócia e Irlanda? Embora ele não vem aqui desde 2001, muitas outros artistas e bandas da Europa e América do Norte excursionam por aqui, são muito bem recebidos e muito aplaudidos. Pode até tardar a sua vinda novamente, mas aqui ele tem uma legião de fãs bem maior do que em pequenos países da Europa, tal qual Portugal.

Outro privilegio é saber que o futuro da humanidade virá do novo mundo, pois o velho mundo encontra-se em franca decadência, exemplo disto, é a crise financeira que tem abalado a estrutura econômica de Portugal e Espanha.

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Aqui está para todos vocês o show em mp3 cedido gentilmente por João Gonçalves, de Portugal, cujo coração generoso nos brindou com este fantástico registro.

Estamos agradecidos pela gentileza em partilhar esse registro conosco.

Ouvi o concerto e me encantei, tanto em sua qualidade, mas principalmente com as beleza das versões, elas estão absurdamente lindas. Da mesma forma que Alan Clark trouxe uma nova dinâmica com o seu Harmond e piano em canções como Sultans of Swing, Lions, News, Once Upon a Time in the West... Michael McGoldrick mostra-se competente em trazer novas dinâmicas com a presença de sua flauta em canções como What It is, Sailing to Philadelphia,(que já vinha sendo executada com a presença de flauta na KTGC Tour 2008), Marbletown, Speedway At Nazareth e Telegraph Road,deixando-as com um novo sabor, (delicioso, por sinal).

A meu ver, essas novas atmosferas invocadas nessas canções tem sido algo bastante bem-vindo, já que o set não muda muito, pelo menos essas inovações é algo que compensa, e Knopfler mostra-se que continua sendo bastante criativo nesse ponto, ele está bem acompanhado, com uma banda versátil.

Outra coisa que gostaria de destacar neste concerto é a interpretação de Knopfler, em especial nos clássicos do DS como R&J, Telegraph Road e SOS, ele segue cada vez mais refinado em interpretações das canções de sua carreira solo, está cada vez mais adaptado a interpretar suas canções, tanto da carreira solo, quanto as canções do DS. Sua voz está mais “doce” e “aveludada” em relação às turnês passadas, está cada vez melhor, (esta melhoria tem sido evidente já na KTGC Tour 2008), e notadamente tem sido algo evolutivo dentro de sua carreira.

Enfim é um show fantástico, altamente recomendado, espero que todos vocês apreciem.

Lisboa – Campo Pequeno- 27.07.2010

Setlist

1. Border Reiver
2. What It is
3. Sailing to Philadelphia
4. Coyote
5. Hill Farmer's Blues
6. Romeo & Juliet
7. Sultans of Swing
8. Done With Bonaparte
9. Marbletown
10. Speedway At Nazareth
11. Telegraph Road

Encores
12. Brothers in Arms
13. So Far Away
14. Piper to the End


DOWNLOAD

Brunno Nunes


2 comentários:

Grace Feital disse...

Sergio você conseguiu acabar com todo o encanto criado nas primeiras frases de seu relato com um infeliz comentario no final a respeito das vantagens de ser Europeu...
Realmente analizando as palavras do meu amigo Brunno e comparando a sua opinião vejo que a UNICA vantagem de ser europeu hoje é assistir a um concerto de MK e voltar pra casa, não vou pronunciar mais uma palavra pra não fazer disso um assunto Historico,Politico ou Diplimatico... Agradeço o grande favor que você fez o que seria de mim se não fosse você...
Você está para mim tal como o Brasil esteve para a fuga da Côrte Portuguesa diante das tropas de Napoleão!!

Gilnei disse...

Na verdade acho que ele não quis ser preconceituoso, a vantagem de ser europeu, de acordo com o que entendi do texto dele, está no fato de Portugal estar próximo de outros países da Europa, estando Portugueses, espanhóis, franceses, muito próximos, sendo fácil assistir espetáculos em outros paises, como ele citou os espanhóis em POrtugal, bem como, da própria Grã-Betanha. Acho que foi neste sentido que ele colocou a vantagem de ser Europeu, até porque é muito mais fácil e mais constante acontecerem os shows das grandes bandas Inglesas na Europa do que na América do Sul.

Dire Straits

Dire Straits
A voz e a guitarra do Dire Straits ao vivo em Cologne, 1979